Cerca de 1,8 mil pessoas da sede do município de Muquém do São Francisco, localizado no oeste da Bahia, estão sendo mobilizadas para receber os benefícios da implantação do sistema de esgotamento sanitário, que começou a ser operado pela Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) em fevereiro último.

Paralelo à fase de testes na estrutura, a equipe social da Embasa está notificando a população do município a interligar seus domicílios à rede de esgoto no prazo de 90 dias.

A obra foi implantada pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) com recursos do Programa de Revitalização do Rio São Francisco, no valor de 2,25 milhões.

Prevenir doenças

Uma das moradoras que recebeu a notificação, a dona de casa Maria Neusa do Nascimento, 45 anos de idade, pretende ligar a sua casa à rede antes do prazo. “Já vou procurar alguém para ajudar a fazer a ligação”, afirma, ao entender a importância da rede para a prevenção de doenças e a retirada do esgoto das vias públicas e rios.

A auxiliar de serviços gerais Andréia Lima Guimarães, 31anos, entende que existirá certo desconforto no início, até pela dificuldade dos moradores executarem as ligações, mas que o benefício do sistema de esgoto será bem maior. “Os meus filhos vão poder brincar sem o esgoto que passa na frente de casa”, justifica, ao também assinar a notificação.

Geisa Mendes, assistente social, afirma que a implantação das ligações intradomiciliares é a fase mais importante, quando a população precisa entender o benefício para se integrar definitivamente ao sistema de esgotamento sanitário.

“Ao direcionar seus esgotos domésticos para a rede coletora, desativando suas fossas, as pessoas efetivamente entendem a sua importância para o bem coletivo, evitam a poluição dos lençóis freáticos e contribuem para a preservação dos rios da região”, afirma.

Legislação estadual

Embora se utilize da sensibilização da população para se interligar ao sistema, a Embasa também precisa cumprir a legislação estadual 7.307/98 e decreto estadual 7.765/00, que obrigam os moradores a ligarem suas casas na rede coletora de esgoto.

O engenheiro sanitarista da Embasa, Patrick Alves, informou que a equipe da empresa terminou a lavagem da rede coletora, com uma extensão de 9,8 mil metros, que levará os esgotos domésticos até as três estações elevatórias, que, por sua vez, vão bombeá-los até a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE).

“Os testes no sistema já terminaram e, agora, esperamos que a população lance os esgotos de suas residências até a rede coletora”, afirma Patrick. O sistema em Muquém tem a capacidade de processar uma vazão média de quatro litros por segundo de esgoto doméstico.