Estatística da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos aponta um índice de 75% de recuperação dos veículos subtraídos em Salvador, taxa superior à média nacional, que gira em torno de 60%, segundo dados coletados junto ao Detran. O delegado titular Nilton Borba informou nesta sexta-feira (23) que mais de 40 criminosos envolvidos nessa modalidade de delito já foram presos em flagrante este ano, com a desarticulação de diversas quadrilhas.

Salvador, de acordo com o delegado, registra uma média diária de oito roubos de veículos, praticados, em sua maioria, às terças, quartas e quintas-feiras, entre 18h e 23h. Itapuã, Brotas, Stella Maris, Liberdade e Boca do Rio são os bairros com maior incidência dessa modalidade de crime. O Comércio está entre as áreas com maior ocorrência de furtos de veículos em Salvador, capital que, conforme os números da unidade especializada, registra uma média diária de três casos nessa modalidade.

“Registrar presencialmente na delegacia o roubo ou furto do veículo, tão logo o crime aconteça, é essencial para que possamos agilizar sua recuperação”, afirmou Nilton Borba, destacando que 90% dos carros roubados são apreendidos nos primeiros 15 dias após a ocorrência. Ele declarou que, dispondo de algum documento da vítima, a polícia pode checar a numeração da placa e lançá-la no Sistema Nacional de Cadastro de Veículos Roubados, pois muitas vezes o Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV) é levado pelo ladrão.

Muitos dos carros roubados são utilizados em assaltos, fugas e no transporte de drogas, sendo posteriormente abandonados e resgatados pela polícia. Parte é vendida por quadrilhas especializadas para receptadores em outros municípios, como os 24 veículos recuperados no último fim de semana em várias cidades da região sudoeste.

Givaldo Ferreira da Silva, proprietário de um ferro-velho na cidade de Planalto, foi preso por participar desse esquema, encomendando carros aos criminosos, pagando entre R$ 500 e R$ 2 mil por veículo recebido e colocando-os à venda. 

Veículos mais antigos, fabricados antes da utilização da chave de ignição codificada, são o alvo preferencial dos furtos. Depois de desmanchados em oficinas clandestinas, as peças e outros componentes são comercializados pelas quadrilhas, podendo o comprador ser autuado em flagrante ou indiciado por crime de receptação. A chave codificada funciona como dispositivo antifurto.

Sistema de rádio

Quando o proprietário registra o roubo ou o furto do veículo na delegacia especializada, é solicitada imediatamente a apreensão do bem às guarnições policiais em circulação pelas ruas, acessadas através do sistema de rádio. A informação também é lançada no Sistema Nacional de Cadastro de Veículos Roubados. A delegacia informa ainda a posterior recuperação do veículo ao Sistema Renavam.

Unidade do Departamento de Crimes Contra o Patrimônio, a Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos dispõe de dois caminhões-guincho para transportar o veículo recuperado até o pátio da delegacia, instalada na Avenida ACM, região do Iguatemi. Após o registro da ocorrência de apreensão, o proprietário é convocado para reaver seu bem.

“É necessário comparecer à delegacia portando algum documento pessoal e o DUT do carro”, explicou Nilton Borba, ressaltando que na falta do DUT ou do CRLV a propriedade do veículo pode ser checada no sistema nacional de registro.