Para garantir a segurança de alunos, professores e funcionários de colégios públicos, a Polícia Militar reiniciou junto com o começo do ano letivo a Ronda Escolar, que envolve 520 PMs, 15 viaturas e dez motos. O atendimento é realizado em 288 colégios estaduais e em 417 escolas municipais de Salvador e Lauro de Freitas. A iniciativa, baseada no radiopatrulhamento, acontece das 6h às 22h, em parceria com a Secretaria Estadual da Educação (SEC).

O trabalho dos policiais consiste em visita às escolas, palestras, orientação a pais e alunos. O coordenador da Ronda Escolar, major Ricardo Santana, afirmou que com as ações preventivas os resultados positivos começaram a aparecer. Segundo ele, os dados da Coordenação da Ronda Escolar apontam uma redução nos registros de até 20% durante o período de agosto de 2011 até este mês de março.

Os dados também indicam que as ocorrências costumam acontecer durante o intervalo e a saída das aulas, pela manhã e à tarde (entre as 10h e o meio-dia e das 14h às 16h). A maior parte dos registros é de briga entre os alunos da mesma escola ou de escola considerada rival, ou até mesmo confusão envolvendo os moradores da comunidade.

O major explicou que, quando há necessidade, os policiais intensificam a segurança na escola, com presença constante na unidade e no seu entorno. Para isso, os diretores devem entrar em contato com a Ronda, que avalia e planeja a melhor ação a ser realizada na comunidade escolar.

“Na semana passada, apreendemos um adolescente que portava arma. Ele não era aluno da escola, mas parecia que aguardava alguém sair. A diretora achou anormal a movimentação desse menor ao redor da escola e acionou a Ronda”, disse Ricardo Santana.

Formada por uma tropa capacitada para trabalhar com um público específico, a Ronda difunde entre a comunidade escolar conceitos de disciplina e valorização da ética. Cada policial é orientado sobre como deve agir e quais os casos que devem ser encaminhados para a delegacia de jovens infratores.

Na Escola Estadual Mariinha Tavares, em Pernambués, os alunos afirmam se sentir seguros com a presença dos policiais. “Eles conversam muito com a gente, orientam sobre como devemos nos comportar, os tipos de pessoa que devemos andar e sobre o mal que o uso das drogas provoca”, destacou Joelma Alcântara, 14 anos, que cursa a 8ª série.

Para a diretora Suzete Bittencourt, o trabalho da Ronda é essencial para a escola. Ela declarou que, antes da visita dos policiais, os traficantes tentavam aliciar os alunos para incentivá-los ao consumo de drogas, e também havia muitas brigas.

“A nossa escola mudou muito após a visita dos policiais. Eles participam da vida escolar, nos apoiam em atividades extracurriculares, a exemplo de passeios. É uma interferência positiva na vida dos alunos e acredito que na comunidade também. Agora trabalhamos com mais tranquilidade”, disse Suzete Bittencourt.

Pesquisa confirma bom trabalho

Segundo a última pesquisa feita pela Ronda, 94% dos dirigentes escolares estão muito satisfeitos e 6% estão satisfeitos.

De acordo com Ricardo Santana, mais da metade das ocorrências nas escolas é registrada pela Ronda por meio do ROP (Registro de Ocorrência Policial), e as informações são transportadas para um banco de dados.

Das 149 ocorrências registradas de agosto a dezembro de 2011, constata-se que 48% foram originárias de solicitação aos policiais da Ronda em visita às escolas, “e a maior parte é resolvida no local”.