Dois dias após ter sido intensificada, a operação da Secretaria do Meio Ambiente (Sema) para garantir o abastecimento de água na região de Vitória da Conquista começa a apresentar resultados positivos. Relatório apresentado pela Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) nesta quarta-feira (25) indica que houve um equilíbrio entre o volume de água que chega na barragem Água Fria 2 e o que sai para abastecer o município.

A informação é do coordenador do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema)-Regional Sudoeste, Fabiano Ferraz. “Vinha se mantendo uma queda suave no volume (de água), que se intensificou no final de semana. Com a intensificação das ações de fiscalização, houve um aumento no volume de água e agora, o que tem se observado é a manutenção”.

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Durante todo o dia, cerca de 20 pessoas divididas em dois grupos integrados por técnicos do Inema, da Embasa e militares da Companhia Independente de Policiamento e Proteção Ambiental (Cippa), sob o comando do tenente Danilo Cerqueira, fiscalizaram propriedades rurais da região.

Vazão ecológica

Somente na parte da manhã, a equipe coordenada pelo biólogo e especialista em fiscalização ambiental Samuel Sampaio, fez o desbloqueio de três pequenas barragens que eram utilizadas para captação de água por meio de bombas elétricas em duas fazendas de café localizadas em Barra do Choça. “São poucos os rios caudalosos nesta região. São filetes de água como este que alimentam os córregos e rios maiores. Por isso a necessidade de desbloquear estas barreiras”, explicou o coordenador.

Sampaio observou ainda que para construção de barragens é necessário autorização do órgão ambiental e que em alguns casos é indispensável a existência da vazão ecológica para que o curso da água não seja interrompido. “Isso garante o mínimo indispensável de água para que o ecossistema não fique comprometido”.

O cafeicultor Eliomar Farias Brito teve a propriedade em Barra do Choça fiscalizada e atendeu aos pedidos feitos pela equipe de fiscalização e retirou os tubos e bombas. Ele demonstrou consciência sobre a necessidade de controlar a utilização dos recursos hídricos na região. “A população de Vitória da Conquista cresceu demais. Eu tirava muita água. Desde o dia que proibiu, nunca mais coloquei uma bomba pra funcionar. O café morre, mas gente e animal não podem morrer de sede”, disse Eliomar.

Evitar desperdício

Na barragem Água Fria 2, os bancos de areia que emergiram com a ausência das chuvas evidenciam que o nível da água está aquém do que as autoridades consideram ideal. Enquanto as chuvas não chegam, além do trabalho das equipes de fiscalização, é fundamental que a sociedade utilize a água sem desperdício.

A professora Aledirce Leão Souza sabe bem o que fazer para não piorar os efeitos da seca. “Com a água que eu enxáguo a roupa lavo o quintal, a calçada, a garagem da minha casa. Não jogo fora. Faço de tudo para aproveitar o máximo que puder. Todos nós temos que abraçar essa causa. Precisamos ter muito cuidado, porque a água está secando na barragem”.