Um grupo de 30 mulheres está se capacitando para garantir uma fonte de renda fixa, aprendendo o ofício de costureira no Clube das Mães Carentes do Bairro do Jardim Cruzeiro, em Salvador. A iniciativa foi possível depois do investimento de R$ 64 mil, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes), no projeto de inclusão socioprodutiva Gerando Cidadania, que conta com oito máquinas de costura e uma de corte, além de todo o material para as aulas, inclusive tecidos.

Aos 34 anos, Ana Paula Gomes viu no curso a oportunidade de ser trabalhadora autônoma. “Quero trabalhar para mim mesma e ensinar o que estou aprendendo para minhas duas filhas. Elas também podem me ajudar em casa e progredir. Podemos nos tornar pequenas empresárias”. A futura costureira disse que as colegas de curso também querem se especializar. “É moda praia, moda íntima, modelagem, corte e costura. Tudo isso faz com que a gente venha buscar cada vez mais conhecimento”.

Maria Santana de Souza, 58 anos, já costurava, mas procurou o curso para se aperfeiçoar e melhorar sua renda, que atualmente é de R$ 500 mensais. “Quero chegar a ganhar R$ 1.000 por mês, ser uma costureira profissional e fazer qualquer tipo de roupa. Muitas vezes, a gente não tomou o curso e não tem habilidade. Quero ter um negócio meu, vender ou alugar roupas, e para isso tenho que saber fazer”.

Cooperativa 

A presidente do Clube das Mães Carentes, Valdice dos Santos, tem planos para um futuro próximo e já está articulando a criação de uma cooperativa. “Quando terminar este curso, queremos montar uma cooperativa com as próprias alunas que estão aqui. Já estou convidando algumas creches para que as fardas sejam feitas por nossas costureiras”.

Professora de corte e costura, Vera Lúcia Nascimento tem 52 anos e também é beneficiada pelo programa, pois recebe da Sedes para ensinar a sua profissão a outras mulheres. “É uma oportunidade sim. Hoje qualquer dinheiro ajuda. É bom para mim e para quem está aprendendo”.

CadÚnico 

A coordenadora de Articulação Institucional e superintendente interina de Inclusão e Assistência Alimentar da Sedes, Miryam Belo, afirmou que os projetos de inclusão socioprodutiva beneficiam famílias que estão no CadÚnico, beneficiárias do Bolsa Família. “São as que têm maior necessidade de suporte do Estado para conseguir seu sustento de forma autônoma”.

De acordo com Miryam, a Sedes apoia 13 projetos que atendem cerca de seis mil famílias baianas. “São projetos urbanos e rurais, que a secretaria apoia com a compra de insumos e materiais para a produção”.