O Indicador de Confiança do Empresariado Baiano (ICEB) retomou no mês de fevereiro deste ano a trajetória de crescimento, após apresentar queda no mês janeiro. O ICEB registrou alta de 43,6 pontos, atingindo 139,6 pontos, o suficiente para manter o indicador geral na zona de Otimismo Moderado. A pesquisa é realizada pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Secretaria do Planejamento do Estado (Seplan).

Analisando os indicadores por setor de atividade, ‘serviços e comércio’ voltou a ter acréscimo (59,0), bateu nos 231,6 pontos e manteve-se na zona de Otimismo Moderado, com expectativas otimistas em relação às vendas e abertura de novas unidades.

A indústria também voltou a crescer (28,1) estimulada pela redução na taxa Selic e aumento da produção nos próximos meses. Ainda assim, o setor permanece na zona de Pessimismo com -114,4 pontos. Já a agropecuária apresentou redução (-19,4), sendo esta a segunda queda consecutiva, devido a apreensão do empresariado em relação às exportações, câmbio e produção da safra agrícola. Contudo, mesmo com a queda, o setor permanece na zona de Otimismo.

Novos negócios

O secretário da Indústria, Comércio e Mineração, James Correia, lembra que o ICEB ratifica os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que indicou um desempenho de 12,6 de crescimento da indústria. “Há uma retomada significativa do número de empresários que procuram a Bahia em busca de novos negócios”, defende James Correia. Ele cita como referências a atração de grandes investimentos, a exemplo da confirmação das obras da fábrica da JAC Motors e a inauguração do Estaleiro do Paraguaçu, e a sinalização de empresas de bebidas interessadas em instalar duas fábricas no Estado, uma em Alagoinhas e outra no sul do estado.

Armando Castro, diretor de Pesquisas da SEI, justifica que o ICEB permite antecipar alguns resultados setoriais, além de subsidiar decisões nos investimentos, ao minimizar incertezas do ambiente econômico. “Quando o mercado mostra-se confiante, a tendência é elevação das inversões produtivas. Por outro lado, se as expectativas são pessimistas, nem a redução de juros é suficiente para alavancar o nível de investimento”.

Variáveis econômicas

O questionário do ICEB está dividido em duas partes, ambas tiveram alta. As variáveis econômicas (PIB, câmbio, inflação e juros) somaram 66 pontos percentuais (p.p.), enquanto que as de desempenho das empresas (vendas, crédito, situação financeira, emprego, capacidade produtiva, abertura de unidades) apresentaram elevação de 37,1 p.p.

Nas variáveis econômicas para os próximos 12 meses, 69% dos entrevistados acreditam que os preços tendam para estabilidade inflacionária; no que diz respeito à taxa de juros, 92,3%, crêem na estabilidade ou redução; e 50% acreditam que o PIB baiano será superior a 3%.

Já no desempenho das empresas, a maioria espera um aumento (46,2%) ou manutenção (38,4%) das vendas; No emprego, 52% apostam na estabilidade, contudo, a Indústria não se descolou do Pessimismo, pois 30% dos entrevistados afirmam que o saldo de empregos será negativo, e 60% que não irá se alterar nos próximos 12 meses.