Para preservar e recuperar o bioma caatinga no semiárido do estado, a Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) produz por ano, em média, 25 mil mudas de diversas espécies de árvore na unidade de Ribeira do Pombal. Elas são destinadas ao reflorestamento de áreas degradadas e arborização de comunidades e ruas dos municípios da região.

Ipê, cagaita, aroeira do sertão, tamburil, baraúna, mulungu, sabiá, miroró, juazeiro, pau-brasil, caraíba, incó, carolina, umbu, jatobá e pau-ferro são algumas das espécies de planta nativa que estão sendo reproduzidas no viveiro da EBDA.

Segundo o agrônomo José Augusto Garcia, existe uma importante parceria com o agricultor familiar. “O agricultor coleta as sementes das árvores que encontra em sua região e nos entrega. Quando conseguimos produzir a muda, doamos de volta às comunidades”.

Também fazem parte do trabalho a conscientização para recuperação da mata nativa e as orientações para que as mudas se desenvolvam, quando colocadas no solo. Garcia explicou que esta ação começou com a produção de cinco mil mudas em 2008, quantidade que cresce anualmente, atingindo em 2011 a distribuição de 25 mil mudas.

“As sementes passam por um processo para superar a dormência e são semeadas nos recipientes destinados à produção de mudas de cajueiro anão-precoce, cujo plantio não vingou. O substrato e a embalagem são reaproveitados para a multiplicação dessas e de muitas outras espécies importantes para o ecossistema”, disse o agrônomo.

Além das espécies nativas, a produção de mudas contempla a introdução de espécies exóticas bem adaptadas ao clima do semiárido, como nim, noni, oiti, oiticica, acácia, flamboyant e gliricídia. 

Já foram arborizadas comunidades nos municípios de Banzaê, Ribeira do Pombal, Ribeira do Amparo e Cipó, além de terem sido distribuídas mudas em feiras e exposições agropecuárias em todo o estado.

Geração de renda

Ao lado da preservação ambiental, a atividade contribui para a segurança alimentar e a diversificação da renda dos agricultores familiares. Espécies como umbu, licuri e cambuí são apreciadas na culinária local.

Os frutos são bastante utilizados na produção de doces, compotas, biscoitos e licores. Os produtos beneficiados pelas famílias ou associações são destinados ao consumo da própria comunidade e à comercialização em feiras municipais, incentivando a geração de renda.

Antônio Mendes, também agrônomo da EBDA, defende o uso das plantas exóticas, como moringa, leucena e gliricídia, multiplicadas no viveiro da empresa, no complemento da alimentação dos rebanhos em períodos de estiagem. Ele afirmou que essas espécies, bem adaptadas às zonas semiáridas, são ricas em proteína e minerais.

“Sem pasto, muitos criadores perdem os animais ou têm prejuízo na compra de ração. Junto com a palma, essas plantas são uma alternativa importante para os pequenos produtores alimentarem os animais durante a seca”, destacou Mendes.