A Kawasaki Heavy Industries Ltda., empresa japonesa, se associou às baianas Odebrecht, OAS e UTC, no empreendimento de construção e operação do Estaleiro Enseada do Paraguaçu (EEP), na Ponta do Corujão, município de Maragogipe, no Recôncavo baiano. Com 130 anos de experiência no ramo, a empresa passa a ser dona de 30% do EEP e se compromete a transferir tecnologia e capacitar os trabalhadores locais para atuar na construção de navios, plataformas de exploração e unidades de perfuração de poços de petróleo.

Maior investimento privado em realização na Bahia, com previsão de R$ 2 bilhões até 2014, o EEP vai gerar quatro mil empregos e recolocar o estado no mercado da indústria naval. Para garantir competitividade ao estado na atração do investimento, o Governo da Bahia implementou o Programa Estadual de Incentivos à Indústria de Construção Naval (Pronaval) e aderiu ao Regime Aduaneiro Especial de Exportação e Importação.

Consolidação

O governador Jaques Wagner, que comandou o encontro nesta sexta-feira (4) na Governadoria, no Centro Administrativo, onde foi anunciada a parceria, disse que a consolidação do estaleiro é uma luta de muitos anos e que o impacto dos investimentos vão ser sentidos em breve em toda a região do Recôncavo. “Para se ter uma idéia da grandiosidade desse investimento, basta ver que para montar uma indústria automobilística são necessários R$ 900 milhões. Esse terá R$ 2 bilhões, o equivalente a duas indústrias automobilísticas. A demanda de mão de obra também é muito grande e isso vai impactar positivamente no Recôncavo e região, com mais empregos”, enfatizou Wagner.

Pré-sal

O EEP se junta à lista de uma série de estaleiros em implantação no Brasil e que servirão, entre outras coisas, à demanda de equipamentos para exploração do pré-sal pela Petrobras. A participação da Kawasaki garante a utilização de tecnologia de ponta e a transferência desse conhecimento para engenheiros e técnicos brasileiros.

O presidente do EEP, Fernando Barbosa, disse que o parceiro japonês chega com o compromisso de ajudar a construir os equipamentos mais modernos que existem na área. Para isso, os japoneses assinaram contrato de acionistas e de transferência de tecnologia. “Eles vão trazer para nós toda a tecnologia na fabricação, elaboração de projetos, planejamento e treinamento de pessoas.”

A primeira encomenda para o EEP já foi feita. A empresa Sete Brasil assinou carta de compromisso para a compra de seis sondas de perfuração, que vão atender a um contrato entre ela a Petrobras. Outras encomendas devem ser feitas e a previsão dos sócios é de um faturamento anual de R$ 600 milhões.