A Bahia já tem tecnologia para produzir um fio sete vezes mais leve que o aço e que serve para fazer coletes à prova de bala e cabos usados nas plataformas de exploração da camada de pré-sal. A novidade, que leva o nome de fibra de UTEC (polietileno de ultra-alto peso molecular) foi apresentada nesta quinta-feira (24), na sede da Braskem, em Camaçari, e foi desenvolvida a partir de pesquisas financiadas pelo Programa Estadual de Incentivo à Inovação Tecnológica (Inovatec), da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI).

A primeira etapa o projeto, que começou em 2004, recebeu um financiamento de R$ 600 mil e a segunda fase, iniciada em 2010, teve um investimento do Governo do Estado de 6,2 milhões para a compra de equipamentos. De acordo com Emanuel Lacerda, coordenador de relações institucionais da Braskem, o apoio do governo estadual foi fundamental para o desenvolvimento da pesquisa, que contou também com o apoio do Finep, financiadora de estudos e projetos do Ministério de Ciência e Tecnologia.

Fora do Brasil, esses fios têm várias aplicações, como luvas de proteção que não cortam, fios e redes de pesca. O modelo de inovação adotado no Brasil é aberto, o que significa buscar conhecimento em outras instâncias, como centros de pesquisa e universidades para acelerar o desenvolvimento.

Atualmente, a Braskem está desenhando o projeto da planta para a produção industrial da fibra de UTEC, uma alternativa aos cabos de ancoragem das plataformas de petróleo existentes hoje, confeccionados em aço ou poliéster. O novo produto possui rigidez e alta resistência, características ideais para explorações em altas profundidades (entre 2 mil e 3 mil metros). O investimento total do projeto é de US$ 10 milhões e a expectativa é que a produção em escala industrial comece em 2013 para suprir a demanda, estimada entre 1 e 1,5 mil toneladas/ano.

De acordo com o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Paulo Câmera, essa pesquisa mostra a importância que o governo estadual dá à inovação de novos produtos que tenham aplicação prática. Ele lembrou que o Parque Tecnológico da Bahia vai servir, também, para a produção de conhecimento e pesquisa aplicada.

O Inovatec, um dos mais importantes instrumentos de fomento à inovação do estado, conta com um fundo anual mínimo de R$ 15 milhões para a aquisição de máquinas, equipamentos e instrumentos que fortalecem os projetos de Pesquisa e Desenvolvimento. Para se inscrever e submeter projetos ao Inovatec, basta o candidato acessar o site da SECTI e clicar no banner do programa, que fica do lado esquerdo da página. O formulário de inscrição, assim como modelos de projetos aprovados e regulamento estão disponíveis para download e preenchimento.