Na data magna da Bahia, o 2 de Julho, o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac), vinculado à Secretaria de Cultura do Estado (Secult), inicia campanha de informação e mobilização pela participação efetiva da sociedade e das instâncias públicas federal, estadual e municipal na proteção dos bens culturais baianos – o Cortejo do 2 de Julho e o bairro da Soledade.

Nesta segunda-feira (2), durante os festejos, serão distribuídos três mil impressos com fotografias coloridas do cortejo e da Soledade, ambos oficialmente decretados Patrimônios Culturais da Bahia. Em 2010, o Ipac já havia produzido o vídeodocumentário ‘(Per)cursos Patrimoniais’ sobre o cortejo, registrando os locais por onde as tropas libertadoras passaram, com aula aberta do diretor geral da Fundação Pedro Calmon, órgão parceiro da iniciativa, Ubiratan Castro.

“A Soledade detém um dos conjuntos arquitetônicos dos séculos 18 e 19 mais especiais e preservados de Salvador e é tombada pelo Estado desde 1981 via decreto nº 28.398”, explica o diretor do Ipac, Frederico Mendonça. O local remete ainda à antiga Estrada das Boiadas, hoje, Avenida Lima e Silva, conhecida também como Estrada da Liberdade, que foi o itinerário do exército libertador da capital baiana em 1823.

O Cortejo do 2 de Julho está inscrito no Livro Especial dos Eventos e Celebrações da Bahia, desde 2006, decreto nº 10.179 do Estado também como Patrimônio Cultural da Bahia. A vantagem é que todo bem cultural tombado ou registrado tem prioridade nas linhas de financiamento para patrimônios, sejam elas da União, Estado, Municípios ou até internacionais.

Investimentos

Além das campanhas de conscientização participativa, o Ipac tem trazido investimentos para a Soledade. No ano passado foi investido R$ 1,2 milhão do Tesouro Estadual na consolidação de duas casas que estavam ameaçadas. Elas foram estabilizadas e foi construída escada com rampa em estrutura metálica de oito metros de altura para acesso seguro de dezenas de moradores da Vila Lourdes, nos limites da Soledade. “Antes da escada, muita gente caía. Era um barranco cheio de mato e a gente passava pela varanda do vizinho. A escada facilitou muito”, diz a moradora Marli Souza, 48 anos.