Transportar, mensalmente, duas mil toneladas de resíduos sólidos coletadas nas ruas do Subúrbio Ferroviário de Salvador em pequenos carros de mão, não era tarefa fácil para os catadores da Cooperativa dos Agentes Ecológico do Paraguary (Cooperguary). Para melhorar essa realidade, o Governo do Estado, por meio do Programa Vida Melhor, da Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes), fez a doação de 15 carros plataforma para coleta do material reciclável, uma prensa e uma empilhadeira manual.

A aquisição foi comemorada em um ato público realizado na semana passada, na sede da Cooperguary, em Paripe. De acordo com o diretor da entidade, Edmundo Góes, com os novos equipamentos, o volume de latinhas, garrafas peti, papelão e papel branco recolhidos nas ruas, casas, escolas e canais do rio Paraguary, pode atingir cerca de seis mil toneladas/mês.

A ação também vai favorecer a pilhagem do material, o armazenamento nos galpões e a comercialização dos produtos e, consequentemente, uma maior geração de renda para os cooperados. Há 15 anos trabalhando com coleta seletiva, Laurêncio de Jesus comemora a iniciativa. “Sustento minha família com o dinheiro da coleta. Agora, com os carros novos, quero poder coletar e vender mais para sobrar dinheiro e pagar o benefício do INSS. Preciso garantir minha aposentadoria”.

Empreendedorismo

Para fortalecer o trabalho dos cooperados, o coordenador do Programa Vida Melhor, Ailton Florêncio, garante que será feito um acompanhamento, por intermédio dos agentes de desenvolvimento da Unidade de Inclusão Sócio Produtiva (Unis/Subúrbio). “Algumas ações serão realizadas, a exemplo do estudo de viabilidade econômica com os empreendedores, além da qualificação técnica para desenvolvimento das atividades, orientação para melhor estruturar os galpões e encaminhamentos para acesso ao microcrédito e outras políticas sociais”, explica Florêncio.

A parceria com a Secretaria de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), via Superintendência de Economia Solidária (Sesol), vai fortalecer, segundo ele, o trabalho em rede e do cooperativismo, a partir da conscientização sobre os princípios da economia solidária, que valoriza bem mais o ser humano do que o acúmulo de recursos.