O quarto dia de audiências publicas para apresentação dos estudos de impactos ambientais do Porto Sul na região Sul da Bahia, reuniu mais de 600 pessoas na cidade de Coaraci, na quinta-feira (31). Ainda estão programadas audiências em Itajuípe, nesta sexta-feira (1º), e Barro Preto, sábado (2). Cerca de 3.400 pessoas participaram dos encontros anteriores em Uruçuca, Itacaré e Itabuna.

Durante muitos anos, Coaraci viveu a pujança do Cacau e, com o declínio da cultura, com a praga da vassoura de bruxa, o município de 21 mil habitantes passa por um período de estagnação econômica e tem sua economia baseada na agricultura e comércio.

“Em qualquer processo de licenciamento ambiental dessa natureza sempre irá existir grupos contrários, mas, o que tenho observado nas audiências públicas é o apoio maciço de todos os seguimentos população”, afirmou o superintendente do Ibama na Bahia, Célio Costa Pinto. Segundo ele, ao contrário do que é questionado por pequenos grupos ambientalistas, o Porto Sul não trará um grande impacto ambiental como aconteceu em Vitória do Espírito Santo e na Baía de Sepetiba, no Rio de Janeiro, por exemplo.

O vereador de Coaraci Binho Vila Nova, avalia que “o Porto Sul é uma oportunidade que não podemos deixar passar, mas esperamos que, junto com o empreendimento, as melhorias sócioambientais, como a recuperação do Rio Almada e a melhoria do esgotamento sanitário, também cheguem ao nosso município”. “O Porto Sul vai trazer desenvolvimento para a região, com mais oportunidades de trabalho. É disso que a gente precisa”, afirma a estudante Maria Aparecida Carvalho da Silva.

“Nossa juventude precisa de empregos e o Porto Sul vai atrair outros empreendimentos, beneficiando toda a região, que não pode mais depender só do cacau”, diz o agente de portaria Sebastião de Jesus. “Respeitada a questão ambiental, acredito que o projeto do Porto Sul é benéfico, porque os jovens se formam e muitas vezes não têm acesso ao mercado de trabalho”, ressalta a professora Fabiana Batista, que também defende a realização de cursos de capacitação para a qualificação de mão de obra.

O Porto Sul, que será construído na região de Aritaguá, em Ilhéus, através de sua conexão com a Ferrovia Oeste-Leste, representa uma oportunidade logística para a Bahia e o país. Com o porto, que será o terceiro maior do país, a expectativa é atrair novos investimentos para a região, descentralizando a economia no estado, dotando a antiga região cacaueira de infraestrutura, com maior oferta de empregos e geração de renda, melhorando assim, os indicadores sociais e ambientais no estado.