Os vínculos comerciais entre a Bahia e o Japão foram fortalecidos com a assinatura de um memorando de entendimentos (MOU), esta semana, em Tóquio, pelo governo baiano, representado pelo secretário do Planejamento, José Sergio Gabrielli, e o presidente da Câmara de Comércio Brasileira no Japão (CCBJ), Osvaldo Kawakami. Em viagem ao Japão, Gabrielli proferiu palestra para empresários daquele país, mostrando as oportunidades de investimento existentes na Bahia.

A partir do documento assinado, a CCBJ passa a atuar de forma a facilitar e promover ações que visem às realizações de investimento no estado por empresas e instituições do capital japonês, visando ao estreitamento dos laços comerciais entre o Brasil e o Japão.

Devido aos projetos de investimento e incentivo recentes do governo baiano nessas áreas, foram considerados prioritários os setores químico e petroquímico, de petróleo e gás, automotivo, mineral e indústria naval e náutica voltada às energias renováveis. Com isso, o memorando destaca entre os seus objetivos para essas áreas “a participação em ações que venham a atrair empresas japonesas com foco em inovação tecnológica para o novo Parque Tecnológico da Bahia, assim como setores de agricultura, pesca e turismo”.

“A CCBJ, por interagir com representantes de empresas japonesas relacionadas às áreas industriais dentro desse escopo e possuir entre seus associados profissionais que atuam nos setores mencionados, se apresenta como um representante capacitado e conveniente para a intermediação de projetos de investimento dessa natureza no Brasil”, diz o documento assinado pelo presidente da entidade.

Entre as atuações que a CCBJ pode desempenhar no Japão está representar o governo da Bahia em ações que visam informar, divulgar, promover, identificar e atrair negócios e oportunidades de investimento para o estado, dar continuidade a trabalhos já iniciados no Japão por comitivas baianas, quando em visita oficial no país, e promover eventos culturais específicos no Japão, em ações concernentes à divulgação das características culturais e turísticas do estado, com vistas à atração de investimentos.

Investidor-destaque

O Japão é o sexto maior investidor internacional no Brasil e os laços do empresariado japonês com a Bahia vêm se estreitando cada vez mais. No início deste mês, por exemplo, a Kawasaki Heavy Industries se associou às empresas baianas Odebrecht, OAS e UTC no empreendimento de construção e operação do Estaleiro Enseada do Paraguaçu (EEP), na Ponta do Corujão, município de Maragojipe, no Recôncavo baiano.

Com 130 anos de experiência no ramo, a Kawasaki passou a ser proprietária de 30% do EEP e se comprometeu a transferir tecnologia e capacitar os trabalhadores locais para atuar na construção de navios, plataformas de exploração e unidades de perfuração de poços de petróleo.

Maior investimento privado em realização na Bahia, com previsão de R$ 2 bilhões até 2014, o EEP vai gerar três mil empregos diretos durante a construção e cinco mil após o início da operação, recolocando o estado no mercado da indústria naval.

Outra empresa japonesa em solo baiano é a Mitsui Gás e Energia do Brasil, que é controlada pelo grupo Mitsui & CO. Ela é sócia da Companhia de Gás da Bahia (Bahiagás), concessionária estadual dos serviços de distribuição de gás natural canalizado.

Ainda durante o evento, Gabrielli recebeu o prêmio CCBJ Awards 2011, que o reconhece como executivo que mais se destacou nas relações comerciais e empresariais entre o Brasil e o Japão no ano passado.