Ações integradas de enfrentamento aos efeitos da seca na Bahia foram discutidas e já começam a ser implementadas por representantes de oito secretarias estaduais, da sociedade civil organizada, incluindo as classes empresarial e religiosa, e das Voluntárias Sociais, a partir da reunião com o governador Jaques Wagner, realizada nesta segunda-feira (4) na Fundação Luís Eduardo Magalhães (Flem), em Salvador. 

O governador afirmou que a seca vai refletir na economia baiana por mais um ou dois anos. “Muita gente perdeu seu plantio, seus animais, mas estamos ao lado dessas pessoas, fazendo ações emergenciais e estruturantes que vão nos preparar melhor para futuras estiagens”. Segundo ele, a Bahia tem 56% do seu território no semiárido, “espaço que já é de pouco índice pluviométrico, e quando isso diminui mais ainda temos a crise pela qual estamos passando agora”.

O secretário de Relações Institucionais, Cézar Lisboa, informou que o Estado já tem montado um sistema de logística, com 11 postos de distribuição e três de doação espalhados em diversas regiões do estado. “Estamos botando à disposição uma estrutura básica para que cada entidade, quando for realizando seus eventos e fazendo a arrecadação, tenha um canal para que esses alimentos cheguem o mais rápido possível às famílias”.

Lisboa informou que o próximo passo é uma reunião de trabalho, nesta terça-feira (5), para decidir como cada uma das entidades pode contribuir. “Estamos abertos a todas as instituições que queiram participar”.

Agricultura familiar

O secretário da Casa Civil, Rui Costa, destacou que uma das principais preocupações do governo é com a assistência e o apoio ao agricultor familiar. “Oferecemos crédito, adiamento eventual de dívidas, socorro com carros-pipa e cestas básicas, entre outras ações”. Ele explicou que o trabalho tem como objetivo garantir que as contribuições cheguem rapidamente às famílias. “A Bahia é muito grande e temos que combinar o custo da logística com o benefício que vai chegar ao cidadão”.

O coordenador da Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura Familiar e Reforma Agrária (Fetraf) no estado, Rosival Leite, declarou que a entidade está empenhada em contribuir no enfrentamento aos efeitos da seca. “Para a agricultura familiar isso é fundamental, porque o segmento está extremamente afetado. Há perdas imensuráveis no rebanho, nossos trabalhadores e trabalhadores familiares estão passando por um momento de fome e seca”.

Para o diretor-executivo da Rede Record, Carlos Alves, a iniciativa do Estado tende a ajudar a população das cidades que vivem uma situação precária por causa da seca. “Essa parceria do governo, da iniciativa privada e da TV Record visa chamar a atenção da população para que ela possa contribuir com a doação de água e alimentos. A Record dá a sua contribuição, informando sobre essa campanha, indicando os locais de doação e a situação da seca”.

Participaram também da reunião os secretários de Comunicação Social, Robinson Almeida; do Meio Ambiente, Eugênio Spengler; de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza, Mara Moraes, da Fazenda, Luiz Alberto Petitinga, do Planejamento, José Sergio Gabrielli, e da Segurança Pública, Maurício Barbosa, além do comandante-geral da Polícia Militar, coronel Alfredo Castro, e da presidente das Voluntárias Sociais, Fátima Mendonça.