A apresentação do exame negativo de mormo, doença infectocontagiosa, será obrigatória para a participação de cavalos em eventos equestres na Bahia. A informação foi divulgada terça-feira (24) pela Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), órgão vinculado à Secretaria da Agricultura, através da Portaria nº 176, e publicada no Diário Oficial do Estado. A medida também é válida para o trânsito interestadual dos animais, visando à garantia da sanidade do rebanho equídeo baiano.

O mormo é uma zoonose, ou seja, doença dos animais transmissível ao homem. Trata-se de uma enfermidade incurável de notificação obrigatória, provocada pela bactéria Burkholderia mallei, que causa problemas respiratórios e cutâneos nos equídeos. No ser humano, a doença pode provocar pneumonia grave e até a morte do indivíduo.

Diante deste cenário e da confirmação do primeiro foco de mormo no estado, notificado no município de Palmas de Monte Alto, a Adab tornou obrigatório o exame para esta doença. “Após a notificação da enfermidade, todas as medidas sanitárias e de vigilância foram implementadas conforme a legislação em vigor, com o objetivo de controlar a doença, evitando a sua disseminação”, informou o diretor-geral da Adab, Paulo Emílio Torres. Ele ressaltou que o animal infectado já foi sacrificado para que a doença não se dissemine.

Interdição

“O animal sacrificado na Bahia é procedente de Minas Gerais, participou de eventos baianos e mineiros com exame negativo de mormo com validade até 5 de julho”, explicou o diretor de Defesa Sanitária Animal, Rui Leal. “Após uma nova colheita para o trânsito, foi constatada a suspeita da doença e confirmada no dia 19 de julho, com sacrifício imediato do animal”. Segundo ele, a fazenda encontra-se interditada.

A propriedade-foco continuará sob vigilância ativa da Adab com monitoramento sorológico constante do restante do plantel, até a erradicação do foco, de acordo com o coordenador do Programa de Sanidade dos Equídeos, Davi Freitas. Para ele, a medida é necessária, uma vez que a Bahia realiza uma grande quantidade de eventos equestres e é detentora do maior rebanho equídeo do país.

Atualmente, a enfermidade está diagnosticada nos estados de Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Maranhão, Ceará, Amazonas, Pará e Roraima. Este ano a doença já foi confirmada em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia.