Agricultoras familiares do Assentamento Dandara dos Palmares, no município de Camamu, Baixo Sul do Estado, também se dedicam à arte de transformar retalhos de tecidos em peças de utilidade e de decoração. Para estimular o fortalecimento socioeconômico local com a atividade, a Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), vinculada à Secretaria da Agricultura, por meio do Programa Turismo Rural e Rendas não Agrícolas, financiou, em junho do ano passado, quatro máquinas de costura, para a confecção de peças de artesanato.

Uma máquina de costura tipo overlock, uma galoneira e duas máquinas retas são os instrumentos facilitadores que dão vida às pequenas peças confeccionadas pelas agricultoras artesãs. Reunido em um pequeno barracão de madeira, o grupo conta com a mão-de-obra de sete mulheres, que planejam e gerenciam a produção mensal de aproximadamente 50 peças, comercializadas em feiras livres e exposições, na região.

Durvalina Maria da Silva (77), conhecida como dona Dui, relata que sempre gostou de costurar e um dia entendeu que a atividade poderia ajudar bastante na renda familiar. Foi quando fundou, há cinco anos, o grupo de artesanato. “No início, todas estavam tímidas, produzindo panos com bordados, tapetes com retalhos e achando que não daria certo. Depois de nossa primeira venda, as companheiras deram um salto na produção, e perceberam que era lucrativo. Daí então, não parou mais”.

Produção

Dui também diz que a chegada das máquinas de costura ajudou bastante no aumento da confecção de peças, já que estes equipamentos garantem rapidez e qualidade no acabamento das peças. “Nós tínhamos duas máquinas de costura, antigas, que só dava condições de uma pessoa trabalhar. Hoje, com as novas máquinas, enquanto uma corta, outra já faz a bainha, acabamento, e assim todas trabalham”, afirmou Durvalina.

A agrônoma-chefe do escritório local da EBDA em Camamu, Ana Cristina Santos, explica que as ações se consolidam no fortalecimento e na melhoria da qualidade de vida dos assentados. “O sucesso de ações como esta é fruto do respeito mútuo e do amor pelo trabalho, além da vontade de aprender a fazer o novo”, enfatiza a técnica. Ela também conta que a equipe está empenhada em promover uma capacitação para o aprimoramento das atividades artesanais, com novos conhecimentos para o grupo de artesãs.