Agricultoras familiares do Assentamento Reunidas Palame, localizado no município de Esplanada, complementam a renda familiar com o artesanato feito com a piaçava. São bolsas, esteiras, chapéus, jogos americanos, porta copos, tapetes, brincos, chaveiros e vassouras, que valorizam a atividade artesanal, fortalecem a economia solidária e movimentam a economia local.

Implantada e incentivada pela Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), por meio da equipe de Assistência Técnica Social e Ambiental (Ates), do escritório local de Esplanada, a ação começou em novembro de 2011, com as primeiras visitas dos técnicos da empresa. Eles perceberam a potencialidade da comunidade, e de imediato marcaram capacitações, que duraram aproximadamente um mês.

São 31 agricultoras que usam o talento para reforçar o orçamento doméstico e melhorar a autoestima. Uma delas, Vilma Neves dos Santos, perdeu toda a plantação de milho devido à seca, e atualmente ajuda nas despesas da casa com a comercialização do artesanato. “Esse trabalho mudou a minha vida. Antes, eu ficava muito parada, principalmente quando não ia para a roça. Agora, vou tirar a piaçava, preparar a palha, colocar para secar e depois iniciar os trançados para fazer bolsas e expor na região”.

Piaçava

Segundo a agrônoma da EBDA, Natiana França, a piaçava é também conhecida como ‘planta fibrosa’. “É uma palmeira legítima da flora brasileira e explorada no Brasil desde o período colonial”. A obtenção de sua fibra rígida, resistente e flexível, é uma atividade extrativista, que exige pouco investimento para instalação e baixo custo de manutenção. Por ser de clima quente e sempre úmido, a planta se desenvolve bem em solos de mínima fertilidade, sendo explorada em toda a faixa litorânea da Bahia a partir do litoral norte até o extremo sul.