O atendimento à saúde para mais de 230,5 mil baianos ganhou um importante reforço, com a inauguração nesta quarta-feira (22), pelo governador Jaques Wagner, da primeira Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Juazeiro, município do norte baiano, às margens do Rio São Francisco. O equipamento fica entre os bairros Castelo Branco e Tancredo Neves, dois dos mais populosos da região, às margens da BR-407.

Aos sete meses de gravidez, Tatiane Fortini, funcionária de uma loja de autopeças, comemorou a entrega da unidade, que conta com especialidade pediátrica e, segundo ela, traz segurança para sua família. “Eu trabalho aqui em frente, moro perto também. Vai facilitar muito a minha vida”. A dona da loja, onde Tatiane trabalha, Cirlene Santiago, acrescentou que “os moradores dos bairros mais próximos não vão precisar ir até o centro. Também acabarão os tumultos dos postos de saúde e hospitais”.

Segundo Wagner, o governo está trabalhando para que a população Juazeiro precise, cada vez menos, se deslocar para Salvador em busca de atendimento médico. “É assim que a gente monta uma estrutura de saúde. Com as equipes e o Posto de Saúde da Família, as UPAs, os pequenos hospitais, até chegarmos aos hospitais de alta complexidade”.

Cinquenta UPAS até 2014

De acordo com o secretário da Saúde, Jorge Solla, a UPA de Juazeiro é a décima primeira, de um total de 50 que estão sendo implantadas até 2014. “Em breve, vamos inaugurar a de Irecê. Temos uma sequência de várias inaugurações graças a esta parceria entre os governos federal, estadual e municipais”.

Para Solla, a região de Juazeiro é uma das que mais avançou na ampliação de equipamentos de saúde. “O Hospital Regional de Juazeiro foi um dos cinco que o Governo do Estado inaugurou. O Samu já cobre toda a região. Temos a primeira Central de Regulação de Juazeiro e Petrolina, e a primeira Região Interestadual de Saúde do país, envolvendo Bahia e Pernambuco, entre outras ações”.

Classificação de risco prioriza atendimento de acordo com gravidade

As Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) funcionam 24 horas por dia, sete dias por semana e podem resolver grande parte das urgências e emergências, como pressão e febre alta, fraturas, cortes, infarto e derrame. Com isso, ajudam a diminuir as filas nos hospitais.

A coordenadora da unidade, Ianni Emmanuela, disse que a UPA conta com mais de 150 funcionários, atendendo em três turnos, cada um deles com quatro médicos. Tem capacidade para 350 atendimentos/dia, mais de dez mil por mês e trabalha com a classificação e riscos.

“O paciente que passar pela avaliação e receber a cor vermelha, será atendido imediatamente, pois corre risco iminente de morte. A cor amarela também indica risco iminente de morte, mas pode aguardar até 15 minutos. A verde significa que o paciente pode aguardar por até uma hora. O que receber a cor azul não tem urgência e poderia procurar o posto de saúde próximo à sua residência, mas como chega até a UPA, será atendido”, explicou Emmanuela.

Unidade intermediária

Ianni informou ainda que a UPA é uma unidade intermediária, tem uma complexidade maior do que as unidades primárias, que são os Postos de Saúde da Família, porém menor do que um hospital. “A gente vai receber os pacientes aqui, onde eles podem ficar em observação por até 24 horas. Temos também condições de receber a quem estiver em situação crítica, estabilizá-lo e, então, encaminhá-lo para a rede hospitalar, quando for necessário”.

O atendimento inclui a área de pediatria, seis consultórios, raios-X, eletrocardiografia, pediatria, laboratório de exames e leitos de observação. Nas localidades que contam com UPA, 97% dos casos são solucionados na própria unidade. As UPAs fazem parte da Política Nacional de Urgência e Emergência, lançada pelo Ministério da Saúde, em 2003, que estrutura e organiza a rede de urgência e emergência no país, com o objetivo de integrar a atenção às urgências.

Publicada às 11h
Atualizada às 17h30