O exemplo bem sucedido das bases comunitárias de segurança da Bahia será referência para o Programa de Redução de Violência Letal desenvolvido pela organização não-governamental do Rio de Janeiro ‘Observatório de Favelas’, com o apoio da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

A decisão foi tomada após reunião da coordenadora executiva da ONG carioca, Fernanda Gomes, com o coordenador da Superintendência de Prevenção à Violência (SPREV), coronel PM Zeliomar Volta, responsável pelo planejamento e funcionamento das bases baianas.

O encontro, proposto pela representante do ‘Observatório de Favelas’, estava previsto no cronograma de visitas daquele órgão, elaborado para buscar boas práticas já existentes em alguns estados brasileiros. As informações dos bons resultados alcançados na Bahia pelas bases e pelo Programa Pacto Pela Vida motivaram a organização a procurar a Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA).

“Quero parabenizar [a SSP-BA] pelo excelente trabalho, diante de uma situação tão complexa encontrada nos bairros. Esse é um exemplo de um modelo consistente, que nós classificamos como importante para reduzir as mortes em áreas violentas”, afirmou Fernanda Torres. No final do encontro, ela convidou um representante da SSP-BA para apresentar o trabalho das bases comunitárias de segurança baianas em um evento, ainda este ano, no Rio de Janeiro.

Menos homicídios

Responsável pela escolha dos locais que receberão as bases e também pelo funcionamento delas, o coordenador da SPREV, coronel Zeliomar, fez uma apresentação com foco nos resultados alcançados após as instalações das unidades. Segundo ele, na capital baiana, o índice de homicídios caiu 100% na localidade de Santa Cruz; 77,8%, na Chapada do Rio Vermelho; 60% no bairro do Calabar, e 40% no Nordeste de Amaralina.

Em Fazenda Coutos, na área do subúrbio ferroviário de Salvador, os assassinatos foram reduzidos em 50%. Na base de Itinga, implantada no dia 15 de agosto, pelo pouco tempo de funcionamento, ainda não tem números estatísticos que possam ser comparados.

“Estamos aplicando a doutrina de polícia cidadã na nossa corporação e essa transformação está nos dando números positivos nesse primeiro momento”, destacou o coronel Zeliomar, acrescentando que o mérito e sucesso das bases estão na junção das ações policiais com as políticas sociais.