Imagine atravessar sobre uma corda o vão de 80 metros de altura que separa o Elevador Lacerda da Praça Municipal, em Salvador. Só de imaginar, alguns já sentem calafrios. Porém, o que para muitos é algo incrível, para o grupo de policiais que quer entrar na Companhia de Operações Especiais da PM (COE-PM) e trabalhar na Copa do Mundo de 2014 é apenas mais um desafio do treinamento, que foi realizado nesta quarta-feira (8), com a prova de transposição de cabo do equipamento.

O objetivo do trabalho é superar o medo e estar preparado para ações táticas especiais em situações de risco envolvendo grandes alturas. De acordo com o comandante da COE-PM, capitão Fábio Boaventura, o exercício é considerado de extrema dificuldade. “Ele envolve não só a técnica, mas também a fobia e o medo, que são necessários para que cuidemos de nossa segurança. No entanto, em excesso, pode bloquear o policial. Aqui, ele aprende a controlar esses sentimentos”.

Para se ter uma idéia da dificuldade do treinamento, dos 113 soldados de todos os batalhões do estado que se inscreveram para os testes da COE-PM, só 53 passaram nos exames médicos, físicos e psicológicos e puderam iniciar os testes. Depois de algumas desistências, só restam 15, que participaram da prova no Elevador Lacerda.

“Nós estamos aumentando e preparando o efetivo da COE-PM, com vistas a atuação na Copa do Mundo 2014. Esperamos chegar ao evento preparados e prontos para agir, caso necessário”, explicou o capitão Boaventura. Os soldados também vão passar por outras provas e só depois de vencer todas as fases ingressam na COE – PM.

Admiração

Quem passava pela Praça Municipal não resistia à cena e parava para admirar a coragem e a destreza dos policiais. A turista paulista Graça Faria, aproveitou para tirar uma foto e elogiar a atuação dos soldados. “Ainda bem que existem pessoas como eles, corajosas e dispostas a trabalhar para garantir a nossa segurança da forma que for necessário”.

Já a brasiliense Sueli Santos ficou surpresa ao saber que os policiais baianos já estão se preparando para atuar na competição. “Isso é o que deve ser feito em todo o país, porque será um momento em que muita gente de fora visitará o Brasil e precisamos estar preparados para garantir a segurança deles”.