Ao som da percussão do Ilê Aiyê cerca de 120 afro-americanos conheceram nesta quarta-feira (8) um pouco mais sobre a história e a cultura baiana, durante o segundo dia da Diáspora Global Axé, realizada na Escola de Dança da Universidade Federal da Bahia (Ufba), em Salvador. O evento, que foi aberto na noite terça (7), no Centro Cultural da Barroquinha, prossegue até esta sexta (10), com a realização de workshops e painéis para tratar sobre temas como o resgate das heranças africanas no século 21.

O gerente do mercado americano da Bahiatursa, Billy Arquimimo, destacou a importância do programa de Turismo Étnico-Afro, desenvolvido pelo Governo do Estado e os principais símbolos da Bahia, a exemplo da capoeira, da culinária, dos blocos afros e das festas populares como o Carnaval, Lavagem do Bonfim, Festa da Boa Morte, entre outras.

“Além desses símbolos, nosso trabalho contempla a produção associada ao turismo junto aos terreiros de candomblé, as comunidades quilombolas e os blocos afros, que desenvolvem trabalhos sociais e afastam os jovens da criminalidade”, afirmou Billy.

Ancestralidade

De acordo com a presidente da Ifetayo Cultural Arts Academy, organizadora do evento, Kwayera Archer-Cunningham, o objetivo principal da conferência é concentrar, compartilhar e preservar a herança africana em todas as partes do mundo e como os adultos e os jovens podem utilizar as novas tecnologias sem perder a base da ancestralidade.

Ainda de acordo com Archer, que visita capital baiana pela sexta vez, Iftayo tem origem em Yorubá e significa dedicação ao amor e busca pela felicidade, o grande tema da Fundação. “Trazer essas pessoas para a Bahia, lugar onde me sinto em casa, é uma grande oportunidade de apresentá-las as novas culturas, já que, mesmo morando nos EUA, ainda têm menos acesso às tecnologias, que permitem conhecer um pouco do mundo”.

A programação ainda consta de uma palestra com a princesa-chefe Iya Adedoyin Talabi Faniyi, de Osogbo (Nigéria), sobre a cultura do Yorubá e as similaridades da tradição nos três continentes, na sexta-feira, às 10h45, na Senzala do Barro Preto (Ilê Aiyê).