A Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), órgão da Secretaria da Agricultura (Seagri), e a Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa) desenvolveram uma pesquisa voltada ao controle biológico da larva minadora das folhas dos citros (Phyllocnistis citrella), praga que ataca plantações de limão, laranja e tangerinas, principalmente nos primeiros três anos de vida, causando redução da produção e diminuição no número de frutos.

Segundo o engenheiro agrônomo da EBDA, Fernando Amaral, responsável pelo trabalho desenvolvido na Estação Experimental da empresa, no município de Alagoinhas, nenhuma variedade de citros fica imune aos ataques da larva, que chegou ao Brasil em 1996 e colocou em risco plantações em diversas regiões do país.

O controle biológico é a forma mais eficaz e de menor impacto para o meio ambiente, porque utiliza o inimigo natural da larva minadora. Por isso, a EBDA produz em laboratório, um kit destinado ao agricultor familiar, com o objetivo de controlar a praga biologicamente. 

“Trabalhamos com a vespa “Ageniaspis citricola”, o parasitoide mais eficiente no controle do minador-das-folhas-dos-citros”, explica o engenheiro agrônomo, salientando que o parasita é uma importante alternativa ao controle químico, pois reduz, significativamente, o uso de inceticidas no controle da praga, além do sistema apresentar ótimos resultados.

Produtividade

O Kit Ageniaspis, utilizado para o controle biológico, é formado por um tubo de papelão – com medidas de 15 centímetros de comprimento por seis de diâmetro -, onde são colocadas as pragas parasitadas pela vespa Ageniaspis. “O índice de controle do parasitoide sobre a larva minadora é de até 92%”, afirma o técnico.

Para o presidente da EBDA, Elionaldo de Faro Teles, “esse é um trabalho de grande importância, pois possibilita que o agricultor familiar afaste a praga da sua propriedade sem usar produtos químicos. O controle biológico garante a qualidade dos frutos, reduz o gasto do agricultor familiar e reforça a grande produtividade da citrucultura da Bahia”. O agricultor que desejar receber um Kit Ageniaspis deve fazer um cadastro no escritório de EBDA mais próximo da sua propriedade.