O trabalho realizado pela equipe do Programa Semeando, da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), da Secretaria Estadual da Agricultura (Seagri), foi premiado durante o XXIII Congresso Panamericano de Sementes, que aconteceu em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. Com o tema central A Segurança Alimentar, Tratamento de Sementes e Propriedade Intelectual, o evento foi o principal fórum de discussão e difusão do conhecimento sobre sementes.

A Experiência da EBDA na Produção de Sementes em Comunidades Rurais Baianas, título do trabalho, foi apresentado aos congressistas de toda a América Latina, sendo o 1º colocado entre os 147 inscritos. Ele foi apresentado pelo engenheiro agrônomo Alex Leal, que atualmente está realizando a pós-graduação em ciência e tecnologia de sementes na Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

“Fui o porta-voz do belo trabalho desenvolvido pelos extensionistas da EBDA. É uma satisfação representar a empresa e essa premiação é um reconhecimento do trabalho de toda a equipe do Programa Semeando, além de ser uma oportunidade para a empresa divulgar suas ações e firmar parcerias com outros países”, afirmou Alex, que disse ser o congresso um momento importante para a troca de conhecimentos sobre ciência e tecnologia de sementes.

Ele expôs a experiência da EBDA na produção de sementes, dentro do Programa Semeando, em vigor desde 2007, que ensina aos agricultores familiares a produzir sementes de feijão, milho, vigna e mamona das classes básica e certificada, para que haja o aumento da produção e da qualidade dos grãos ou sementes produzidas na Bahia, e ainda distribui sementes para plantio. Os resultados chamaram a atenção de pesquisadores e extensionistas do Brasil e do exterior.

Segundo o professor da UFPel, Francisco Villela, a EBDA e a universidade têm desenvolvido atividades conjuntas, com reflexos marcantes sobre a agricultura nacional, especialmente a baiana. “O órgão de pesquisa e extensão da Bahia traz contribuições substanciais ao agricultor, especialmente ao sistema de produção familiar. A premiação vem reconhecer, no Brasil e na América Latina, o trabalho profícuo da EBDA”.

Para o engenheiro agrônomo colombiano César Castellanos, é muito interessante esse tipo de pesquisa feita por uma empresa pública, “porque investiga as dificuldades da população campesina, que é tão esquecida, apesar de ser a força motriz da agricultura em toda a América Latina”.

Pesquisadores e representantes do governo paraguaio também se interessaram em implantar programa similar em seu país. “Gostaríamos de dar um pouco de autonomia aos nossos agricultores em relação ao uso de sementes, e esse modelo pode ser muito útil para nós”, destacou Ranulfo Pastor Arias Pastore, engenheiro agrônomo do Paraguai.