As experiências do Governo do Estado, que promovem a segurança alimentar e nutricional dos produtores familiares baianos, por meio da inclusão socioprodutiva, vão servir de modelo para o estado do Pará. Nesta semana, os representantes da Secretaria de Assistência Social (SAS/Pará) foram recebidos pela coordenação do Projeto Semeando Renda, da Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes), para conhecer as cadeias produtivas e os resultados positivos da iniciativa, em três municípios do semiárido – Curaçá, Uauá e Valente.

A ação, que é vinculada à Coordenação de Articulação Institucional e Apoio à Mobilização Comunitária (Caiamc), fortalece a economia dos pequenos produtores, com investimentos em capacitação, assistência técnica e financeira, além da implantação de estruturas nas cadeias produtivas do sisal, caprinocultura de leite e fruticultura.

De acordo com o coordenador do projeto, Diego Caribé, “essa troca de conhecimentos sobre os programas sociais colaborou para o fortalecimento das ações de enfrentamento à extrema pobreza, que são desenvolvidas nesses estados”.

Segundo a representante da Gerência de Inclusão Socioprodutiva da SAS/Pará, Antônia Lira, “as experiências da Bahia serão aplicadas na execução do projeto de inclusão socioprodutiva, que será implantado no Pará para promover a sustentabilidade de 11.218 famílias, por meio do beneficiamento de produtos como açaí, pescado, cacau, caranguejo e a mandioca”.

Qualidade de vida

No município de Curacá, os visitantes verificaram as Unidades de Produção do Leite (caprinocultura de leite) e os bancos de forragem irrigados compostos por plantas forrageiras como a palma, cunhã, sorgo, leucena e guandu, garantindo a alimentação dos animais durante todo o ano.

Em Uauá, aprenderam como a Cooperativa Agropecuária e Familiar de Uauá, Curacá e Canudos (Coopercuc) promove a melhoria da qualidade de vida de 1.950 produtores, a partir do beneficiamento e comercialização de frutas nativas como umbu, manga e a goiaba.

A estruturação e o fortalecimento da cadeia produtiva do sisal, em Valente, também fizeram parte da agenda. Lá, a ação do Semeando Renda possibilitou a recuperação de 360 hectares da produção de sisal, a partir da assistência técnica e extensão rural continuada com plantio, replantio e distribuição de mais de um milhão de mudas. A revitalização contribuiu para controle da praga ‘podridão vermelha’, provocada pelo fungo Aspergillus niger na região.

Segundo a titular da Sedes, Mara Moraes, a vida do produtor de sisal vai melhorar, mais ainda, no próximo ano, com a distribuição de batedeiras para beneficiamento do produto, unidades didáticas de artesanato e unidades produtivas de mudas.

Para o agricultor de Lagoa Redonda, zona rural de Valente, Misael Lopes, “esse projeto, além de resgatar a nossa autoestima e tradição, está fortalecendo o cultivo na região, gerando renda para as famílias sisaleiras e evitando o êxodo rural”.