Mais 127 mil moradores de 25 bairros de Feira de Santana já são atendidos com esgotamento sanitário, com a conclusão da primeira etapa das obras de ampliação das bacias do Jacuípe e Subaé, iniciadas em 2009. O sistema foi entregue pelo governador Jaques Wagner, nesta segunda-feira (3), quando também foram assinadas ordens de serviço para a segunda etapa de ampliação da Bacia do Jacuípe, com novo investimento de R$ 17,5 milhões, e para o início da construção do Centro de Reservação Norte, que demandará recursos da ordem de R$ 48,14 milhões, provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento II (PAC II).

A etapa entregue nesta segunda-feira representa investimentos de R$ 130,3 milhões, provenientes do PAC I e da Embasa, e aumentou de 42 para 65% a cobertura do atendimento com coleta, tratamento e destinação adequada dos esgotos domésticos na sede do município. Segundo o governador Jaques Wagner, as obras da segunda etapa devem começar em 30 dias e estar concluídas em 18 meses.

“A ideia é que a gente coloque Feira de Santana no padrão das grandes cidades, já que é a segunda maior do estado. É inadmissível que Feira não tenha seu esgoto tratado e segurança hídrica. São, ao todo, mais de R$ 280 milhões em obras de saneamento na cidade, um valor significativo, elevando a cobertura a 81%, um patamar razoável”, afirmou o governador.

80 mil novas ligações

A construção do Centro de Reservação Norte, por meio do Programa Água para Todos, inclui um conjunto de reservatórios e estações elevatórias que vão garantir melhor distribuição da água em Feira de Santana. O empreendimento beneficia, principalmente, bairros da zona norte da cidade, como Campo Limpo, Asa Branca, Novo Horizonte, Pampalona e Pedra Ferrada.

“Hoje nós temos problema de racionamento. Esta obra de mais de R$ 40 milhões vai aumentar a reserva e o bombeamento exatamente para dar garantia a quem já está ligado e realizar novas ligações de água para cerca de 80 mil novos domicílios”, disse Wagner.

Investimento em saneamento reduz gastos com saúde

De acordo com o presidente da Embasa, Abelardo Oliveira, há em andamento, na Bahia, cerca de 140 obras de saneamento. Salvador recebeu o emissário submarino, também há obras em Jequié, Vitória da Conquista e em outros municípios do interior. Ele relacionou os investimentos em saneamento à saúde da população. “Esgotamento sanitário significa saúde pública, melhoria da qualidade de vida e desenvolvimento social e econômico. Estudos da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que as cidades que universalizaram o saneamento básico reduziram praticamente à metade os internamentos hospitalares, a economia é de R$ 10 em saúde para cada R$ 1 investido em saneamento”, contabilizou Oliveira.

Com capacidade de tratamento para 350 litros por segundo, a estação recebe o esgoto bruto, que passa por um processo biológico para transformar todo o material orgânico em lodo inerte, não poluente, que pode ser utilizado como adubo ou descartado em aterros sanitários. Ao final do processo, a água é devolvida ao meio ambiente livre de 95% do material sólido e de 99% das bactérias.

O gás produzido pelo tratamento do esgoto também será aproveitado na geração de energia, de acordo com o diretor de operações da Embasa, Eduardo Araújo. Segundo ele, o Governo do Estado assinou um convênio com a Coelba e com um instituto alemão para a realização das pesquisas necessárias e implantação do sistema de captação do gás, que será utilizado na alimentação da própria estação de tratamento.

Publicada às 14h
Atualizada às 15h50