A prática mostra que o homem é menos cuidadoso com a saúde do que a mulher. Em se tratando de policial militar, essa tendência tradicionalmente foi mais evidente, daí a importância do trabalho de prevenção e promoção da saúde que vem sendo realizado pelo Núcleo de Enfermagem, segmento do Serviço de Valorização Profissional (Sevap), da Policia Militar da Bahia.

A experiência foi mostrada nesta quarta-feira (5) pelo enfermeiro Davi Reis, durante a sessão de atualização em diabetes mellitus, promovida pelo Centro de Diabetes e Endocrinologia da Bahia (Cedeba), da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), por meio da Coordenação de Educação em Diabetes, no Centro de Atenção à Saúde Professor José Maria de Magalhães Netto (CAS).

Sob orientação do Cedeba, o Núcleo de Enfermagem fez um levantamento, na Feira de Saúde da PM/BA, com 129 policiais militares, para identificar os profissionais com risco de desenvolver diabetes tipo II em dez anos. Os dados coletados, por meio da ficha de investigação, adaptada do artigo ‘Findrisk: The Diabetes Risk Score’, mostram que 69 policiais têm risco moderado e 10, risco alto e elevado. Há uma concentração de risco em profissionais em idade produtiva – de 45 a 54 anos – sendo 40 com risco moderado e sete, alto e muito alto.

Segundo Davi Rei, a expectativa é ampliar o levantamento e levar as ações de prevenção a todos os policiais, na capital e interior. O trabalho do Núcleo, com base na Enfermagem do Trabalho, tem o objetivo de orientar, estimular os policiais militares e familiares ao autocuidado como forma de prevenção de doenças, buscando minimizar as já instaladas e sua melhor reabilitação.

Para isso, são realizadas ações de saúde como feiras, palestras, seminários, campanhas de imunização, encaminhamentos para exames, agendamentos de consultas, conduções em ambulância institucional para internamentos, cirurgias, residências. O núcleo é formado por enfermeiros especialistas em Enfermagem do Trabalho, Emergência e UTI.

Hemoglobina glicada

Durante o evento, a endocrinologista do Cedeba, Teresa Nunes Gouveia, abordou a Hemoglobina Glicada (A1c), observando que a importância da determinação, a cada três meses, na avaliação do controle glicêmico dos pacientes diabéticos já está bem estabelecida e também o seu papel como preditor das complicações crônica da doença.

Segundo a especialista, nos últimos anos diversos centros de estudo têm pesquisado a associação entre doença cardiovascular e o nível glicêmico em não diabéticos. Apesar dos muitos estudos, o uso da hemoglobina glicada (A1c) como marcador de doença cardiovascular ainda necessita de estudos mais convincentes para inclusão na prática clínica. Entretanto o uso desta ferramenta para diagnóstico de diabetes vem sendo preconizada e já consta como recomendação da American Diabetes Association (ADA).