O Sistema Ferry Boat, que está sob a intervenção do Estado desde a última quinta-feira (20), está funcionando normalmente, sendo controlado pela Agência Estadual de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba). Tanto os passageiros que saíram da Ilha de Itaparica para Salvador, quanto os que fizeram o trajeto inverso, tiveram uma viagem tranquila no final de tarde deste domingo (23).

Morador de Nazaré e trabalhando em Salvador, Vagner Luís de Jesus, 20 anos, pega o ferry todas as semanas e voltou da Ilha na embarcação que atracou às 17h deste domingo. “A travessia está rápida, foi tudo tranquilo, correu tudo bem”.  Marieli de Jesus, 30 anos, mora em Valença, veio no mesmo barco. “Eu cheguei, comprei logo a passagem, não teve fila, foi rapidinho”. Gildásia de Oliveira, 63 anos, gostou da viagem. “Foi boa, rapidinho. Comprei a passagem e fui logo entrando”.

O diretor-executivo da Agerba, Eduardo Pessôa, disse que a Agência encontrou todas as contas da TWB negativas, a folha quinzenal sem pagar e um débito de mais de R$ 760 mil de combustível, que não era mais fornecido. “Nós tivemos que negociar com outro fornecedor para poder funcionar este final de semana”.

Segundo Pessôa, das oito embarcações que o sistema possui, apenas três estão em condições de navegar – Maria Bethânia, Juracy Magalhães e Ivete Sangalo. “Procuramos servir ao máximo e chamamos a atenção da população para que, apesar do baixo número de embarcações, estamos aqui para melhorar”.

Reforma

Para garantir a melhoria do serviço, o Estado já solicitou à Marinha a utilização do dique seco da Base Naval de Aratu, para que seja realizada a recuperação de três embarcações a partir desta semana. “Só vão voltar a funcionar os navios que estiverem em condições de navegar, não vamos permitir barcos quebrando, ficando à deriva”, garantiu Pessôa.

Os diretores da TWB foram afastados e o interventor, o advogado Bruno Amorim da Cruz, diretor de pesquisas do Departamento de Tarifas e Pesquisas Socioeconômicas da Agerba, está controlando as operações da empresa. A ação foi ordenada pelo decreto do governador Jaques Wagner, nº 14.135, de 19 de setembro, e publicado no Diário Oficial do Estado.

Contratação emergencial

A intervenção do Estado pode durar até 180 dias, período no qual o interventor deve apresentar um relatório com a análise da situação econômica e financeira da TWB. Depois disso, vai ser contratada uma empresa, de forma emergencial, para operar o sistema, até que seja finalizado o processo de licitação, com a escolha definitiva da nova concessionária.

A decisão de intervir no Sistema Ferry Boat seguiu as recomendações do Ministério Público do Estado e da Procuradoria Geral do Estado (PGE). Elas foram feitas com base nos constantes problemas apresentados durante as travessias, como quebras de embarcações, atrasos, longas filas e baixo número de barcos nos feriadões. O processo administrativo que visa à caducidade do contrato está tramitando e, no momento, aguarda a apresentação da defesa da TWB.