Cerca de 900 morcegos foram capturados nos bueiros da estrada que liga o município de Santo Antônio de Jesus à Ilha de Itaparica, pela Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), órgão vinculado à Secretaria da Agricultura (Seagri), na última semana. Os morcegos, da espécie Desmodus rotundus, são os principais transmissores da raiva dos herbívoros, doença que acomete o rebanho bovino, causando problemas relacionados ao sistema nervoso, podendo levar até a morte do animal.

A captura do Desmodus rotundus e a utilização da pasta vampiricida fazem parte das estratégias de controle populacional dos morcegos, visando diminuir a ocorrência da raiva na região. Este é o maior número de morcegos capturados e tratados que se tem registro no estado da Bahia, e um dos maiores do país, em uma só ação. Os médicos veterinários e auxiliares de fiscalização trabalharam nos municípios de Muniz Ferreira, Salina das Margaridas e Nazaré das Farinhas.

A Bahia figura entre os estados mais eficientes no controle da Raiva dos Herbívoros e, no ano passado, recebeu a classificação A, a mais alta na Avaliação dos Programas Estaduais de Controle da Raiva dos Herbívoros do Brasil, feita pelo Ministério da Agricultura. O diretor de Defesa Animal da Adab, Rui Leal, destaca que a classificação é resultado do esforço conjunto entre criadores, Governo do Estado, médicos veterinários e técnicos da Adab. Em função do excelente resultado, a Bahia elaborou um plano estratégico, que está subsidiando as ações nas 15 Coordenadorias Regionais.

“Tudo está sendo realizado dentro do conceito de modernização da pecuária baiana, visando ao desenvolvimento sustentável da atividade e considerando a sanidade como requisito principal para garantir a qualidade dos produtos e subprodutos de origem agropecuária”, explica o diretor da Adab, Paulo Emílio Torres.

Encontrados em locais escuros, os morcegos preferem ambientes úmidos e abandonados ou matas próximas a áreas de criação de bovinos. Na ação da Gerência de Santo Antônio de Jesus, ao longo da estrada, a maior parte dos morcegos foi tratada com a pasta vampiricida e outra, encaminhada para laboratórios, objetivando diagnóstico de raiva e identificação da circulação do vírus na região.