Técnicos da Administração Penitenciária são capacitados para trabalhar com dependentes químicos

Técnicos da Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização do Estado (Seap) inciaram, nesta segunda-feira (22), uma capacitação no campo das substâncias psicoativas e seus usos. O curso, que acontecerá nos próximos cinco dias, na Sede da Fundação Escola Superior do Ministério Público (Fesmip), é desenvolvido pelo Convênio de Cooperação Técnica entre a Seap e o Ministério Público do Estado.

Mais de 100 profissionais da Seap aprenderão sobre o uso e o abuso de substâncias psicoativas, enquanto um fenômeno e sintoma social, considerando suas dimensões sócio-histórica e cultural, política, clínica e ética.

O secretário da Seap, Nestor Duarte Neto, afirmou que cerca de 70% dos apenados do Estado da Bahia retornam ao sistema após cumprir pena cometendo crimes cada vez mais graves. “Não tenho dúvidas que um dos maiores problemas da nossa sociedade é o aumento alarmante do número de dependentes químicos, especialmente de jovens de baixa renda”, declarou. Ele ressaltou que existe um projeto piloto na Seap para construir um Centro de Tratamento de Internos que colabore no processo de recuperação dos dependentes.

Há 35 anos trabalhando com pessoas envolvidas com dependências químicas, o coordenador-geral do Centro de Estudos e Terapias do Abuso de Drogas (Cetad), Antônio Nery Filho, garantiu que esta capacitação é uma das mais importantes ações desenvolvidas este ano. O promotor de Justiça Geder Gomes crê que esta é uma oportunidade para encurtar a distância entre os dependentes químicos e o sistema prisional, levando em consideração que cerca de 70% dos internos das unidades prisionais da Bahia são dependentes químicos.