O Indicador de Confiança do Empresariado Baiano (Iceb), calculado pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), apresentou uma trajetória de crescimento estável pelo segundo mês consecutivo. Em agosto, o Iceb marcou 81,9 pontos e registrou uma variação de 16,4 pontos, sendo que o indicador geral permanece na zona de ‘otimismo moderado’.

A partir da análise dos indicadores por atividade econômica, verifica-se que o setor da agropecuária manteve a tendência de recuperação iniciada no mês de junho, com alta de 34,7 pontos, permanecendo na zona de ‘otimismo moderado’, com 125 pontos. Em relação à indústria, houve um crescimento na expectativa, de 52,2 pontos, embora não suficiente para deixar a zona de ‘pessimismo moderado’, com um registro de -144,5 pontos. Quanto ao setor de serviços e comércio, o indicador continua na zona de ‘otimismo moderado’, com 162,9 pontos.

O retorno do otimismo para o setor da agropecuária tem a ver com o fim da estiagem na região do semiárido e a expectativa de crescimento da safra para o próximo ano. No caso da indústria, há incertezas em relação à recuperação do setor, embora o governo já tenha tomado medidas de estímulo, através de incentivos fiscais e redução do custo de energia.

Quanto ao setor de serviços e comércio, há uma expectativa de otimismo inerente à facilidade de financiamento e às menores taxas de juros, principalmente para créditos rotativos.

O questionário da Pesquisa de Confiança do Empresariado Baiano divide-se em duas partes: a primeira é referente às variáveis econômicas (PIB, câmbio, inflação e juros) e a segunda, ao desempenho das empresas (vendas, crédito, situação financeira, emprego, capacidade produtiva, abertura de unidades).

No mês de agosto, as variáveis de desempenho das empresas apresentaram resultados melhores que as variáveis econômicas, exceto para a indústria. No geral, as variáveis econômicas apresentaram um decréscimo de 53,8 pontos, em relação ao mês anterior, enquanto as de desempenho das empresas registraram um crescimento de 51,4 pontos.

Crescimento da agropecuária e da indústria

Na análise setorial das variáveis econômicas, a agropecuária e a indústria deixam a zona de ‘pessimismo moderado’ e passam para a de ‘otimismo moderado’. No que diz respeito às variáveis de desempenho das empresas, a única modificação é em relação à indústria, que sai da zona de ‘pessimismo moderado’ para a de ‘otimismo moderado’.

Verificando-se as expectativas de inflação para os próximos 12 meses, 7,1% dos entrevistados afirmam que os preços estarão plenamente estáveis, 39,3% apontam que os preços estarão tendendo para a estabilidade, 46,4% dizem que os preços estarão afastando-se da estabilidade, e 7,2% acreditam que os preços estarão extremamente instáveis.

Em relação aos juros, no que se refere à taxa Selic para os próximos 12 meses, 7,1% afirmam que vai diminuir em mais de quatro pontos percentuais, 25 apostam na redução entre dois e quatro percentuais, 64,3% têm como expectativa a variação entre -2 e 2 pontos percentuais, e 3,6% indicam aumento entre dois e quatro pontos percentuais.

Quanto à expectativa do PIB nacional para os próximos 12 meses, 17,9% dos entrevistados apontam que o país vai crescer entre 3% e 4,9%, 71,4% acreditam no crescimento entre 1% e 2,9%, e 10,7% acreditam numa variação entre 0,9% e -1%.

No que diz respeito ao PIB estadual para os próximos 12 meses, 3,6% dos entrevistados acreditam na possibilidade de crescimento acima de 5%, 25% indicam que haverá crescimento entre 3% e 4,9%, 60,7% afirmam que o produto crescerá entre 1% e 2,9%, 7,1% esperam uma variação entre -1% e 0,9%, e 3,6% apostam em uma redução acima de 1%.

Sobre as expectativas de venda para os próximos 12 meses, 3,6% dos entrevistados acreditam que vão aumentar muito, 46,4% apontam aumentos razoáveis, 39,3% acham que não haverá alteração, e 10,7% indicam uma redução razoável.

Em relação ao crédito para os próximos 12 meses, 7,1% esperam que o crédito esteja muito atrativo, 35,7% acreditam que será atrativo, 46,4% apontam um crédito pouco atrativo, e 10,7% consideram que não estará atrativo. Já o câmbio para os próximos 12 meses, 46,4% das empresas acreditam que estará favorável, 21,4% são indiferentes, 28,6% apontam que estará desfavorável, e 3,5% acreditam que estará muito desfavorável.

Quanto à capacidade produtiva para os próximos 12 meses, 7,1% afirmam que estará consideravelmente maior, 25% creem que será pouco maior, 39,3% dizem que permanecerá a mesma, 25% apontam capacidade pouco menor, e 3,6% apostam que estará consideravelmente menor.

No caso da situação financeira das empresas para os próximos 12 meses, 3,6% dos entrevistados dizem que estará consideravelmente melhor, 28,6% acreditam em uma situação pouco melhor, 39,3% afirmam que estará a mesma, 21,4% destacam que será pouco pior, e 7,1%, que será consideravelmente pior.

Analisando-se o emprego para os próximos 12 meses, 3,6% pretendem contratar muitos trabalhadores, 21,4% devem contratar trabalhadores, 57,1% vão manter a quantidade atual de empregados, 14,3% vão demitir trabalhadores, e 3,6% devem demitir muitos trabalhadores.

Exportações para os próximos 12 meses

No que diz respeito à expectativa das exportações para os próximos 12 meses, 22,2% dos entrevistados acreditam no aumento, 61,1% apontam a estabilidade, e 16,7% esperam a redução. Para os próximos 12 meses, quanto à abertura de unidades, 28,6% dos empresariados contam com abertura de algumas unidades, 42,9% acreditam que o saldo de abertura e fechamento não vai se alterar, 25% concordam que o saldo será de fechamento de algumas unidades, e 3,6% apontam para fechamento de muitas unidades.

As expectativas para as variáveis econômicas – juros, PIB nacional e estadual – encontram-se na zona de ‘otimismo moderado’, enquanto a inflação passa para a zona de ‘pessimismo moderado’. Já em relação ao desempenho das empresas, há um ‘otimismo moderado’ para as variáveis crédito, câmbio, capacidade produtiva, situação financeira, exportação e abertura de unidades.

A variável de desempenho vendas foi destaque nesta pesquisa. A redução nas taxas de juros e a facilidade do crédito rotativo fizeram-na se estabelecer na zona de ‘otimismo’. Já a indústria permanece com quase todas as variáveis na zona de ‘pessimismo moderado’. Exceção para as variáveis crédito na zona de ‘pessimismo’ e vendas na zona de fronteira entre ‘otimismo moderado’ e ‘pessimismo moderado’.