Discutir a inclusão de temáticas ligadas à diversidade e ao preconceito nas escolas da rede estadual da Bahia é o foco do evento ‘Diálogos Formativos – Educação em Direitos Humanos: combatendo o racismo, o sexismo e a homofobia na escola’, que prossegue até sexta-feira (19), no hotel Vilamar, em Salvador. A iniciativa da Secretaria da Educação do Estado envolve professores, gestores da rede estadual e representantes dos movimentos sociais para debater a importância de se tratar das diferenças no ambiente escolar.

De acordo com a superintendente de Desenvolvimento da Educação Básica da Secretaria da Educação da Bahia, Amélia Maraux, está sendo discutida, no evento, uma demanda histórica colocada pelos movimentos sociais. “É preciso reafirmar a escola como um ambiente de diálogo, de ações contra o preconceito. O enfrentamento ao racismo, por exemplo, se dá, em um primeiro momento, no investimento da qualidade da escola pública, que abriga, em sua grande maioria, estudantes negros”, disse Maraux.

Segundo a palestrante e coordenadora pedagógica da Secretaria da Educação do Ceará, Luma Nogueira, primeiro travesti a concluir um curso de doutorado no país, a reflexão sobre os padrões pré-estabelecidos é fundamental para o respeito à diversidade. “Precisamos saber o que pensamos sobre o que seria normal ou natural”. Para Luma, o evento é muito relevante por discutir, com os professores, como conviver com as diferenças nas escolas. “Com isso, eles, que lidam de perto com os jovens, podem fazer com que todos tenham um novo olhar”.

Padrões

Professores e gestores apoiaram a iniciativa. “A temática é muito atual. Precisamos manter sempre essa discussão e o debate, para sabermos como lidar com as questões da diversidade. Precisamos aproximar esta realidade da escola”, afirmou a coordenadora pedagógica do Colégio Estadual de Aplicação Anísio Teixeira, Rosemeire Lopes.

Documento vai nortear práticas pedagógicas

O resultado das mesas de discussão e dos grupos de trabalho realizados durante o evento vai render proposições para a composição de um documento de referência, que vai nortear as práticas pedagógicas sobre o combate ao racismo, sexismo e homofobia nas unidades escolares da rede estadual da Bahia.

Nesta quinta-feira (18), foram discutidos os marcos legais e a implementação da diversidade no currículo escolar, com a presença da representante do Conselho Nacional de Educação, Rita Gomes do Nascimento, conhecida como Rita Potyguara, devido à sua etnia indígena, e da representante do Conselho Estadual de Educação, Alda Muniz Pepe.

Na sexta-feira (19), o destaque vai para a formação de professores e para experiências exitosas de projetos e programas de enfrentamento ao preconceito, como a Escola Comunitária Luiza Mahin, no bairro do Uruguai, e a Escola Municipal Eugênia Anna dos Santos, instalada dentro do Terreiro de Candomblé Ilê Axé Opô Afonjá. Confira a programação.