A Bahia ocupa lugar de destaque no setor da construção civil, sendo o quarto maior estado em valor adicionado (soma de todo produto final do segmento), terceiro em financiamento habitacional, quarto em emprego formal e quinto com os maiores gastos estaduais em obras e instalações entre as unidades da Federação. Desde 2005, vem obtendo taxas de crescimento anual superiores às do país em relação ao valor adicionado da construção civil.

A constatação é do estudo divulgado nesta quinta-feira (22) pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Secretaria do Planejamento, sobre a construção civil na Bahia e no Brasil, publicado como Texto para Discussão.

O trabalho desenvolvido conjuntamente pela diretoria de Pesquisa e a diretoria de Estatística da SEI investiga os determinantes da dinâmica do setor no país e no estado, avaliando impactos de alguns indicadores como renda, financiamento habitacional, spread e obras e instalações públicas.

Para a realização do estudo, estimou-se um modelo econométrico em dados longitudinais com informações das 27 unidades da Federação para os anos de 2002 a 2009 e se verificou qual o comportamento das variáveis em termos de efeito e intensidade em relação à produção do setor da construção civil.

Emprego

Em relação ao emprego, a constatação é de expansão da geração de postos no setor e também uma mudança qualitativa. O percentual de trabalhadores qualificados passou de 21% para 40% na Bahia e de 19% para 34% no Brasil, entre 2002 e 2009. Os dados demonstram ainda que, no período em análise, a construção civil cresceu sensivelmente no cenário nacional e ainda mais na Bahia, o que explicita a relevância do setor na dinâmica econômica do estado.

O coordenador de estatística da SEI, Urandi Paiva, explica o cenário favorável, afirmando que “a indústria da construção no Brasil, em função do seu comportamento positivo, promete ser o motor de crescimento da economia nos próximos anos. Tal propulsão é motivada pelas obras do Programa Minha Casa, Minha Vida, da Copa do Mundo de 2014, dos Jogos Olímpicos de 2016, pela expansão do crédito, ampliação das linhas de financiamento, além do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 1 e 2”.

Habitação

O resultado do estudo econométrico aponta uma forte influência dos financiamentos habitacionais, do Produto Interno Bruto (PIB) e dos gastos públicos sobre a produção do setor da construção civil. “Um avanço neste estudo é a certificação de que os investimentos públicos em obras influenciam de forma significativa no crescimento da construção civil, apresentando um impacto superior ao representado pelo financiamento habitacional”, diz o diretor de Pesquisas da SEI, Armando Castro. O Texto para Discussão intitulado ‘Análise do Crescimento da Construção Civil no Brasil e na Bahia: uma abordagem em dados em painéis para o período 2002 a 2009’, está acessível no site da SEI.