As novas perspectivas do Mercosul foram o tema do seminário realizado nesta sexta-feira (23) em Salvador. Um dos assuntos debatidos foi a entrada da Venezuela no bloco econômico. Com o ingresso do novo país-membro, o Mercosul passa a ter uma população de mais de 270 milhões de habitantes, tendo o Produto Interno Bruto (PIB) elevado para US$ 3,3 trilhões, o equivalente à quinta economia do mundo. A ampliação das fronteiras geográficas e econômicas do bloco abre espaço para novos polos de referência, até então restritos ao Cone Sul e estados brasileiros como o Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul.

Participaram do evento, realizado no centro de convenções do Hotel Fiesta, o governador Jaques Wagner e o ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, além de outras autoridades nacionais e estrangeiras, como os embaixadores no Brasil da União Europeia, Ana Paula Zacarias, e do Uruguai, Carlos Amorim, e o encarregado de negócios da Embaixada da China, ministro Zhu Quingqiao.

Segundo Patriota, o desenvolvimento de setores como indústria, geração de energia, agricultura e turismo coloca a Bahia em posição de destaque nas relações com os países do Mercosul. “Em um contexto em que o Brasil se integra melhor com seus vizinhos e se articula para ter uma presença de verdadeiro alcance global, a Bahia sempre desempenhará um papel central, e isso será benéfico também para o povo baiano”.

Na nova geografia, o estado passa a ter um papel estratégico nas relações comerciais com a construção das ferrovias de integração Centro-Oeste (Fico), que vai ligar Goiás a Rondônia, e Oeste-Leste (Fiol), ligando o Porto Sul, em Ilhéus, a Figueirópolis, no estado do Tocantins. Dos 1.500 quilômetros da ferrovia, 1.100 cortam municípios baianos. No futuro, a Fiol pode ser interligada a uma rede que chegará ao Oceano Pacífico, permitindo uma maior integração entre os países do continente.

“A Bahia está se posicionando nesse sentido. É importante, porque aumenta o fluxo comercial, além do intercâmbio cultural e tecnológico”, disse Wagner, que lembrou ainda o incremento de 35% nas exportações do estado para países do Mercosul na atual gestão, em 2008, bem como acordos de cooperação e participação ativa na política de relações internacionais do governo federal.

De acordo com o secretário estadual de Relações Internacionais, Fernando Schmidt, assim como a captação de recursos e investimentos estrangeiros, a Bahia investe em troca de experiências nas áreas de turismo, saúde, educação e tecnologia. “Isso ajuda no desenvolvimento com inclusão social e insere o estado como uma região de destaque no contexto internacional”.