Uma Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) entre a Bahiafarma e o grupo suíço Novartis foi aprovada, com o apoio do Ministério da Saúde, para a produção, na Bahia, dos medicamentos imunossupressores Micofenolato Sódico, utilizado em transplantes, e o Everolimo, usado também no tratamento dos cânceres de mama, de útero e outros tipos. A parceria foi tema de reunião, nesta quinta-feira (8), entre o governador Jaques Wagner e o presidente do grupo no Brasil, Alexander Triebnigg, e envolve a transferência de tecnologia em um período de cinco anos, quando a Bahiafarma passará a produzir, autonomamente, os fármacos.

Segundo Triebnigg, a parceria é o resultado da participação do governador, em 2010, de uma reunião do Conselho da Novartis. “Jaques Wagner fez uma palestra e ficou combinado que a empresa iria intensificar a cooperação com o Estado. O resultado é este, dois anos depois, a celebração desta primeira transferência de tecnologia no Brasil, entre a Novartis e a Bahiafarma, para levar este medicamento aos pacientes do SUS e para o desenvolvimento do estado”, afirmou o presidente. 

O secretário da Saúde, Jorge Solla, destacou que a parceria foi firmada no âmbito do Plano Brasil Maior, iniciativa federal de incentivo à política industrial, tecnológica e de comércio exterior. “Com este projeto, os medicamentos passam a ser produzidos no Brasil, por laboratórios oficiais que, durante algum tempo, compartilham esta produção com laboratórios privados”.

Aumento na distribuição

Para Solla, a parcerias são importantes e se somam a duas, já formadas, com outra empresa, para receber transferência de tecnologia e ser a fornecedora de quatro medicamentos, que serão distribuídos em todo o Brasil. “Com a produção nacional, o medicamento vai chegar mais barato ao SUS, aumentando a distribuição e fortalecendo os laboratórios oficiais, para que incorporem outros produtos na sua linha de produção. A Bahiafarma que estava fechada, agora volta a produzir medicamentos de alto valor agregado para o Brasil inteiro”.

A presidente da Bahiafarma, Julieta Palmeira, também ressaltou a ampliação do acesso da população aos medicamentos. “Inovações e desenvolvimento de medicamentos devem ser democratizados e esta parceria representa a possibilidade de produzir dois medicamentos que vão ter muito alcance, em todo o Brasil, para pacientes transplantados e de câncer”. Para ela, o benefício é muito grande. “Entender a saúde como um vetor de desenvolvimento econômico e social é fundamental e, com esta parceria, vamos alcançar isto”.