Desde domingo (27), técnicos do Estado estão em Conceição do Coité para auxiliar a prefeitura a resolver de maneira rápida os impactos causados pela mortandade dos peixes no Açude Itarandi.
Segundo o secretário da Agricultura, Eduardo Salles, “com a orientação do governo, estamos em permanente diálogo com as demais secretarias estaduais e prefeituras e já estabelecemos ações conjuntas que impactem positivamente para milhares de famílias que vivem também da pesca e aquicultura em todo o território baiano”.

Com a chegada da chuva em Conceição do Coité, disse Salles, a suspeita é de que, após o prolongado período de seca, tenha ocorrido um acúmulo de material orgânico, que, aliado às águas torrenciais na região, provocou um aumento na produção de gás carbônico no açude.

O diretor técnico da Bahia Pesca, Jorge Figueiredo, afirmou que esse fenômeno é comum em reservatórios eutrofizados, “o que faz com que ocorra uma excessiva proliferação de microalgas e, consequentemente, uma diminuição dos níveis de oxigênio dissolvido na água, tornando o meio ambiente desfavorável para a sobrevivência dos peixes ali existentes”.

Ele informou que a primeira providência foi o envio, ontem [domingo], de uma equipe da empresa para dimensionar o problema e monitorar a qualidade da água no açude. “A segunda medida deve ocorrer quando as condições da água estiverem propícias para o repovoamento de peixes. Isso visa garantir a segurança da atividade, de quem vive dela, do meio ambiente e da população”.

De acordo com o presidente da Bahia Pesca, Cássio Peixoto, estão sendo observados todos os aspectos físico-químicos do meio ambiente, para, em seguida, constituir um novo povoamento do manancial, a fim de aumentar a piscosidade do açude. “Também todas as estações de piscicultura da empresa estão sendo monitoradas e preparadas para produzir 60 milhões de alevinos e assim reparar os danos causados pela seca na Bahia”.

Numa etapa posterior, destacou Peixoto, os ribeirinhos receberão orientação que possa garantir a continuidade da atividade, sem, contudo, causar qualquer tipo de prejuízo econômico ou ambiental. “Eles serão orientados a não usar redes com malhas pequenas, para preservar os filhotes de peixe colocados, que servirão como futuras matrizes a povoar o açude. Além disso, a Bahia Pesca deve aumentar a capacidade de produção das estações de piscicultura não impactadas pela estiagem, objetivando acelerar o repovoamento dos mananciais hídricos mais afetados em todo o estado”.

Recuperação e construção de novas aguadas

Outras ações do governo que vêm sendo intensificadas são a recuperação e a construção de novas aguadas. “Já temos recursos assegurados para construir 300 pequenas barragens no semiárido, aliando a oferta de infraestrutura hídrica à geração de emprego e renda para quem vive da pesca, articulada no programa Vida Melhor”, explicou o diretor-geral da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), da Secretaria de Desenvolvimento e Integração Regional (Sedir),Vivaldo Mendonça.

E, caso as análises iniciais não apontem problemas ambientais relacionados à mortandade dos peixes, equipes da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) já estão prontas para avaliar as condições sanitárias locais.