A estiagem prolongada está afetando a lavoura do sisal, umas das plantas símbolo de resistência e adaptação à seca. A situação está deixando as regiões produtoras em estado calamitoso, com estimativa de perda, em 2013, de 75% da produção. Em 2011 a produção foi de 79.470 toneladas, número que caiu em 2012 para 48.690 toneladas, representando perda de 61%.

Preocupado com o problema, o secretário estadual da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Reforma Agrária, Pesca e Aquicultura (Seagri), Eduardo Salles, debateu a questão com a Câmara Setorial Estadual de Fibras Naturais – da qual é presidente – e com representantes da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Buscando alternativas para o escoamento do que ainda está sendo produzido, a Câmara Setorial discutiu e encaminhou ao governo federal solicitação de portaria interministerial autorizando a comercialização do sisal baiano, por meio dos instrumentos da Política de Garantia de Preços Mínimos.

A superintendente da Conab na Bahia e Sergipe, Rose Pondé, afirmou que defenderá a proposta e encaminhará a solicitação à presidência do órgão, em Brasília. De acordo com Wilson Andrade, secretário-executivo da Câmara Setorial de Fibras Naturais, a região sisaleira está sendo duramente atingida.

Entre as propostas discutidas durante a reunião, está a recuperação das áreas de produção, com criação de frentes de trabalho para garantir renda ao pequeno produtor, e a montagem de cinco usinas experimentais concentradas de beneficiamento.

De acordo com Eduardo Salles, nos últimos três anos, por meio da Seagri e da Secretaria de Ciência e Tecnologia (Secti), o Governo do Estado vem executando ações visando estruturar a cadeia produtiva do sisal e viabilizar a utilização de 100% da planta. A médio prazo, foi proposta a implantação de um projeto piloto para o aumento da produtividade, aproveitamento total do sisal e a agroindustrialização.