O governador Jaques Wagner decretou luto oficial de três dias na Bahia, a partir desta quinta-feira (3), pela morte do professor e historiador Ubiratan Castro, que exercia o cargo de diretor da Fundação Pedro Calmon, ligada à Secretaria de Cultura do Estado da Bahia. Ele morreu às 7h desta quinta-feira (3), aos 64 anos, em decorrência de uma infecção que se agravou nos últimos dias. Estava internado há dois meses no Hospital Espanhol, em Salvador.

O velório ocorrerá a partir das 14h desta quinta-feira (3), no Palácio da Aclamação, no Campo Grande. O corpo do professor Ubiratan será cremado na sexta-feira (4), às 10h, no cemitério Jardim da Saudade.

Wagner lamentou o falecimento do historiador. “Salvador e toda a Bahia perdem uma figura de grande importância para a cultura nacional. Ele nos deixa um legado inestimável de trabalho, dedicação e valorização da cultura baiana, tendo sido, também, um dos fundadores do Centro de Estudos Afro Orientais (CEAO), ligado à Universidade Federal da Bahia”, disse o governador, que ressaltou ainda o trabalho desempenhado pelo professor Ubiratan na Fundação Cultural Palmares, onde trabalhou até 2006 com o então ministro da Cultura, Gilberto Gil.

Biografia

Nascido em Salvador, em 22 de dezembro de 1948, professor doutor Ubiratan Castro de Araújo exercia, desde 2007, o cargo de diretor-geral da Fundação Pedro Calmon, unidade da Secretaria de Cultura do Governo da Bahia.

Doutor em História pela Université Paris IV-Sorbonne, Mestre em História pela Université Paris X-Nanterre, Licenciado em história pela Universidade Católica do Salvador e Bacharel em Direito pela Universidade Federal da Bahia. É membro da Academia de Letras da Bahia, onde ocupa a cadeira 33, cujo patrono é o poeta abolicionista Castro Alves. É professor da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Ufba. Foi diretor do Centro de Estudos Afro-Orientais da Ufba (CEAO), presidente do Conselho para o Desenvolvimento das Comunidades Negras de Salvador (CDCN) e é Irmão Professo da Venerada Ordem do Rosário de Nossa Senhora dos Homens Pretos a Portas do Carmo, localizada na Igreja do Rosário dos Pretos no Largo do Pelourinho.

No primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (entre 2003 e 2006), Ubiratan Castro de Araújo trabalhou com o ministro da Cultura, Gilberto Gil, presidindo a Fundação Cultural Palmares. Desde 2007, integra o Governo Jaques Wagner, sendo diretor-geral da Fundação Pedro Calmon, unidade da Secretaria Estadual de Cultura.

Entre os prêmios e títulos que recebeu, destacam-se: a Medalha do Bicentenário da Restauração Portuguesa da Academia Portuguesa de História, o Troféu Clementina de Jesus da União dos Negros pela Igualdade (Unegro), a Medalha Zumbi dos Palmares da Câmara Municipal de Salvador e, a mais recente, a Comenda da Ordem Rio Branco, condecoração oferecida pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil.

É autor dos livros: A Guerra da Bahia, Salvador Era Assim – Memórias da Cidade, Sete Histórias de Negro, o primeiro trabalho ficcional do autor, e Histórias de Negro (versão ampliada).

Publicada às 10h40
Atualizada às 12h15