A Agência Nacional de Petróleo (ANP) incluiu as Bacias de Tucano e do Recôncavo na 11ª rodada que licitará blocos para exploração e produção nas bacias sedimentares de todo o país. A informação é do secretário do Planejamento da Bahia, José Sergio Gabrielli, ao afirmar que a expectativa é que os 53 blocos, apenas em solo baiano, gerem compromissos de investimentos que ultrapassam R$ 1 bilhão.

Uma das oportunidades do setor refere-se ao gás natural em reservatórios não convencionais, que são aqueles retirados das rochas sedimentares de folhelho. Estimativas da ANP indicam que apenas a Bacia do Recôncavo possui 20 trilhões de pés cúbicos (TCF).

“A reserva de gás natural armazenada em reservatórios convencionais de todo Brasil é da ordem de 16 TCF, ou seja, apenas a Bacia do Recôncavo pode conter 25% mais gás natural do que todo gás descoberto até hoje no país, o que daria para suprir a necessidade nacional durante quase 20 anos, desde que mantido o consumo atual”, afirma Gabrielli.

Pela similaridade geológica com a Bacia do Recôncavo, a Bacia do Tucano Sul tem grande potencial de também conter grandes volumes de gás natural em reservatórios não convencionais. Além do gás, também são esperados encontrar volumes igualmente significativos de petróleo nas duas bacias.

De acordo com o secretário, apesar do desenvolvimento da produção de óleo e gás de reservatórios não convencionais assumir proporções significativas em escala mundial, ainda é incipiente no Brasil, onde há atividade de exploração apenas na Bacia do São Francisco (Minas Gerais). “Na Bahia ela é inexistente, porém o estado tem duas bacias (Recôncavo e Tucano Sul) de grande potencial para reservatórios não convencionais, além de contar com expressiva malha de gasodutos”, explica.