Para aproveitar o Carnaval como oportunidade de trabalho e aumento da renda, muitas famílias de ambulantes praticamente se mudam para o circuito da festa. Elas deixam suas casas, às vezes no interior do estado, e se instalam em abrigos improvisados na rua em companhia dos filhos. Nesse ambiente, eles ficam expostas aos riscos do trabalho infantil, sem alimentação nem higiene adequada.

Com o objetivo de acolher as crianças encontradas nesta situação, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes), há sete anos oferece o serviço do Centro Integrado de Atendimento à Criança e ao Adolescente (Ciac), localizado no Alto de Ondina, em Salvador. No local, que oferece a estrutura necessária, um grupo de 50 profissionais presta atendimento até a Quarta-feira de Cinzas (13). 

O trabalho é realizado em parceria com o Juizado de Menores e o Conselho Tutelar, responsáveis pela localização e condução das crianças ao Ciac. “Queremos que as famílias continuem a trabalhar, mas que os filhos possam desfrutar de um ambiente, sem os riscos do trabalho e onde tenham a atenção necessária”, explica a secretária de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza, Mara Moraes.

Atividades educativas

O Ciac dispõe de salas de brinquedos, biblioteca, refeitório e dormitório. No espaço são realizadas atividades educativas e prestada assistência médica, se houver necessidade. A instituição também apoia as famílias, identificando possíveis problemas e encaminhando para atendimento, após as festas carnavalescas, em Centros de Referência em Assistência Social.

“Tivemos o caso de uma família sem moradia, que incluímos no cadastro do Minha Casa Minha Vida e do Bolsa Família [programas]. Eram pessoas que não tinham direitos mínimos, foram atendidas durante o Carnaval e receberam este apoio”, informa Andréia Macedo, assistente social do centro.