Presente na vida dos brasileiros há mais de 300 anos, o café faz parte do cotidiano das famílias nacionais. Um dos maiores produtores do país, a Bahia está em quarto lugar com 140 mil toneladas por ano. O assunto será debatido até a próxima quarta-feira (13), durante o 14º Simpósio Nacional do Agronegócio Café (Agrocafé), que está sendo realizado no Bahia Othon Palace Hotel, em Salvador.

Aberto na manhã desta segunda-feira (11), o evento é uma realização da Associação de Produtores de Café da Bahia (Assocafé), Federação da Agricultura do Estado da Bahia (Faeb), Centro do Comércio de Café da Bahia, em parceria com o Governo do Estado, e até o final da programação, deve reunir cerca de mil participantes da cadeia produtiva do café, além de pesquisadores e estudantes.

“Nossa ideia é atingir do plantio ao consumo. Temos vários cursos, inclusive de barista, de adubação, além de palestras com discussões sobre as problemáticas do cultivo, agricultura familiar, entre outros temas”, disse o presidente da Associação Baiana dos Produtores de Café, João Lopes Araújo. 

Recuperação

João Lopes informou que os produtores baianos enfrentaram na atual safra alguns problemas, inclusive queda de preços. Explicou que a saca do café fino – que em dezembro de 2011 estava em torno de R$ 520 – hoje custa em média R$ 320. “Este fato, aliado à seca, provocou algumas dificuldades para os agricultores”.

“A Bahia acabou sendo desfavorecida, porque a safra brasileira é grande, a do ano passado foi a maior da história e o estado não pôde aproveitar este volume de produção”. De acordo com Lopes, quando o preço do produto caiu não havia volume para ganhar neste item. “Então o cafeicultor da Bahia ficou prejudicado”.

O secretário estadual da Agricultura, Eduardo Salles, disse que algumas medidas já estão sendo tomadas para minimizar esta situação. “Estamos trabalhando com um projeto chamado Recuperação de Cafezais”, disse.

Entre as ações, o secretário citou a realização de podas, decotes e adubação. Ele acrescentou ainda que o Estado está trabalhando com instituições financeiras para conseguir a disponibilização de linhas de crédito específicas aos produtores. “Juntos [governos estadual e federal] poderemos recuperar estes cafezais”.

Benefício à saúde

Entre os temas ligados à cafeicultura na Bahia que serão abordados, estão os benefícios da bebida para a saúde. De acordo com o diretor da Unidade Coronariana do Instituto do Coração (InCor), Luíz Antônio Machado César, a bebida é antioxidante, estimula a capacidade física, não aumenta a pressão arterial e é um estímulo para a vida.

“Estudos feitos desde 2008 estão avaliando os aspectos da saúde das pessoas que tomam café e os efeitos no coração”, afirma Luiz Antônio. Segundo ele, as evidências comprovam que tomar de 3 a 4 xícaras grandes de café por dia traz muitos benefícios. “As pessoas têm menos chances de adquirir diabetes e menos morte por causas cardíacas, ao contrário do que se afirmava de que o produto era maléfico”.

Publicada às 12h
Atualizada às 17h45