A arte de estudantes do Colégio Estadual Odorico Tavares ganha destaque nestas quarta e quinta-feira (6 e 7), na Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia (Ufba), no Vale do Canela, em Salvador. Quem for ao local, vai ter a chance de conferir a exposição ‘Experimentando Conexões entre África e Brasil’, com desenhos de estudantes do 2º e 3º ano do ensino médio, da unidade escolar. As obras retratam, especialmente, as influências culturais africanas absorvidas pela sociedade baiana e brasileira.

Os desenhos foram expostos, primeiramente, na própria escola, durante o I Festival Cultural Fazendo Ciência Experimentando Conexões entre África e Brasil, realizado no dia 26 de janeiro deste ano, que trouxe também rodas de capoeira e apresentações de samba de roda, lembrando os 10 anos da Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que inclui no currículo oficial das redes de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”.

“É uma felicidade muito grande para os nossos estudantes apresentar os seus desenhos em outros locais. Recebemos esse convite como um reconhecimento do trabalho que é desenvolvido. Também vamos levar a exposição para outras escolas e a Diretoria Regional de Educação (Direc) de Salvador”, disse a diretora do colégio, Rodineia Alves, ressaltando que o festival foi desenvolvido em parceria com a Faculdade de Educação, a partir de um trabalho interdisciplinar desenvolvido com os professores da escola.

Parceria

A amizade com a universidade rendeu para os estudantes do ensino médio encontros dentro e fora da escola, participação em oficinas, exercícios de produção e edição de vídeos no laboratório de informática e presença em palestras no campus na Ufba, além de visitas a museus e contato com diversos grupos culturais de capoeira. A cultura da capoeira, inclusive, foi escolhida como mote para discussão de conceitos relacionados aos legados dos negros africanos para as sociedades brasileira e baiana.

A elaboração dos desenhos contou com a ajuda do colega Adson César Souza, 16, que cursa o 2º ano, é bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapesb) e ministrou oficinas específicas. “Eles foram muito bem para pessoas que não estão muito acostumadas a desenhar. Eu vi muitas coisas que remetem à cultura baiana, à cultura da capoeira, às influências africanas que a Bahia absorveu”.