Dos 70 mil novos postos de trabalho gerados em 2012, em Salvador e região metropolitana, 40% foram destinados às mulheres. O setor de serviços é responsável pela maior absorção da mão de obra feminina e corresponde a 73%. Em segundo lugar está o comércio, com 18,6%, seguido da indústria e da construção. 

De acordo com os resultados Pesquisa de Emprego e Desemprego na Região Metropolitana de Salvador (PED-RMS), executada pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Secretaria do Planejamento (Seplan), e divulgados nesta quarta-feira (6), houve crescimento de 5,6% das trabalhadoras autônomas, como ambulantes e comerciantes de rua. Além disso, o número de mulheres que passaram a ter carteira assinada em empresas privadas cresceu 8,2%. 

Raquel Nascimento trabalha fazendo chaves e se orgulha do ofício. “Fiquei vários anos desempregada. Depois aprendi este ofício, comum aos homens, mas desempenhado com competência por mim. Aqui faço chaves, coloco pinos em relógio e tenho muito orgulho, pois consigo pagar minhas contas, além de ter salários, almoço, vale-transporte e assistência médica”.

Com apenas 17 anos, a atendente Graziela Machado já faz parte deste grupo. “É muito bom aos 17 anos conseguir ter um trabalho fixo, carteira assinada e uma renda. Com isso, passo a ter minha independência financeira e planejar o futuro”.

A coordenadora do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Ana Margareth, informa que, em 2012, o crescimento da ocupação feminina no mercado de trabalho foi significativo na capital e região metropolitana. “As mulheres tiveram um crescimento geral em todos os setores, além do privado. Houve aumento de postos de trabalho no segmento autônomo, principalmente no que trabalha para o público, e nos serviços domésticos, e também do comércio. Nos últimos anos tem sido constante a geração de novos postos de trabalho”.

Diferença salarial

Na ocupação de empregada doméstica, as mulheres representam a maioria e correspondem a 17% das que estão no mercado de trabalho. Mas, a diferença salarial entre gêneros ainda é percebida. Enquanto os homens têm um salário médio de R$ 1.200, as mulheres ganham R$ 922. Na indústria a diferença é ainda maior. Mesmo ocupando cargos semelhantes, elas ainda recebem 35% menos que os homens.

“O salário mínimo tem aumentado cada vez mais acima dos níveis da inflação. Isso é bastante positivo para as classes trabalhadoras, principalmente para as empregadas domésticas. No entanto, mesmo com o aumento de 15% das diaristas, de 2011 para 2012, a remuneração média ainda é baixa. Em comparação com o total dos ocupados, que estão empregados, elas recebem em média 35% do salário médio do total dos ocupados”, explicou o analista da SEI, João Teixeira.