A empresa Internacional Marítima assume, em caráter emergencial, o Sistema Ferry Boat, a partir desta quinta-feira (14), por um período de seis meses. A decisão ocorre após o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Infraestrutura, declarar caducidade na concessão da TWB, que cometeu diversas irregularidades ao longo dos seis anos administrando a travessia Salvador – Itaparica.

De acordo com o secretário da Infraestrutura e vice-governador, Otto Alencar, as irregularidades da empresa foram constatadas por meio de auditoria no sistema, realizada no ano passado pela Auditoria Geral do Estado, em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis e Financeiras (Fipecafi).

O parecer técnico apontou diversos problemas financeiros, trabalhistas, improbidade administrativa, irregularidade na administração, desvio de função dos recursos e sucateamento das embarcações. Com isso, o governo suspendeu o contrato com a TWB, decretando o sistema sob intervenção do Estado por até seis meses.

A Internacional Marítima vai ser responsável por toda operação do Sistema Ferry Boat e, enquanto estiver operando, não receberá recursos públicos. Para gerir o ferry boat, a empresa contará apenas com o dinheiro arrecadado com as tarifas para o pagamento de funcionários e demais despesas, a exemplo da manutenção das embarcações em operação.

“A principal preocupação da empresa neste momento é fazer as embarcações funcionarem de forma regular, oferecer ferries com boas condições de tráfego, atendendo aos usuários do sistema com qualidade”, afirmou o diretor presidente da Internacional Marítima, Luiz Carlos Cantanhede Fernandes.

Durante o período da contratação emergencial, a Seinfra definirá a modelagem da contratação de uma nova concessionária para operação do sistema, mediante processo licitatório.

Recuperação das embarcações

A intervenção do Governo do Estado durou cinco meses, durante os quais quatro embarcações passaram por docagem no dique seco da Base Naval de Aratu. As docagens exigiram investimento estadual de R$ 35 milhões. Também foram investidos outros R$ 6 milhões na compra de quatro motores e no recondicionamento de outros 11 motores.

O ferry Pinheiro havia sido encontrado com chapa e casco furados e sem motores. O Rio Paraguaçu e Juracy Magalhães receberam novos motores, instalações elétricas e hidráulicas e tiveram o espaço interno completamente reformado, com substituição de cadeiras e reforma dos sanitários e instalação de ar-condicionado. O Agenor Gordilho também recebeu reparos.

Os ferries Maria Bethânia, Anna Nery e Ivete Sangalo, últimos adquiridos pelo Estado há pouco menos de cinco anos, foram encontrados sem condições de tráfego, passado por reparos. Neste caso, os investimentos totalizaram R$ 1,2 milhão.

“A situação encontrada era de total falência financeira e operacional, lembrando que no contrato assinado com a TWB em 2006 estava previsto o investimento, por parte da empresa, de R$ 27 milhões em cinco anos, para manutenção dos ferries, mas, desse total, apenas R$ 24 mil foram realmente investidos”, declarou Otto Alencar.

O sistema, que contava então com três embarcações operando precariamente, hoje funciona com cinco embarcações: Anna Nery, Rio Paraguaçu, Ivete Sangalo, Pinheiro e Maria Bethânia. Os ferries Agenor Gordilho e Juracy Magalhães voltam a operar no final de março e no início de abril, respectivamente.

Publicada às 12h20
Atualizada às 16h20