O projeto ‘MAM Discute Bienal’ realiza o segundo encontro, grauito, nesta sexta-feira (5), com a participação do artista e cineasta Chico Liberato, da roteirista e poetisa Alba Liberato e da coreógrafa e professora Lia Robatto, que vão mediar o debate sobre as bienais de 1966 e 1968.

A iniciativa, que acontece quinzenalmente no Cinema do MAM até junho, das 9 às 12h, busca discutir modelos e histórias das bienais internacionais de arte. A proposta é iniciar as plataformas para solidificar a Bienal Internacional da Arte da Bahia, prevista para 2014.

No primeiro encontro, ministrado pelo diretor do MAM-BA, Marcelo Rezende, os participantes dialogaram sobre por que se realizam as bienais e para quem elas são voltadas. Ele apresentou um breve panorama das bienais de arte no exterior e no Brasil e afirmou se tratar de um momento para conhecer o contexto social, político e artístico dessas bienais da Bahia.

“A questão da bienal hoje envolve diversos desafios, mas imaginamos que esses encontros podem ser uma plataforma de diálogo do museu com a comunidade baiana. Eles foram montados a fim de se discutir modelos e processos de grandes eventos e de bienais passadas, para nos orientarmos a partir desse contexto e pensarmos a próxima Bienal da Bahia”, afirma o diretor.

Histórico

A Bienal Nacional de Artes Plásticas da Bahia, posteriormente conhecida como Bienal de Arte da Bahia, foi aberta ao público em 1966, no Convento do Carmo. Realizada pelos artistas Juarez Paraíso, Chico Liberato e Riolan, com o apoio do Governo do Estado, afastava-se do tipicamente regional, a fim de descentralizar a produção de arte no Brasil, ao mesmo tempo em que se afirmava o diálogo entre os cenários baiano e nordestino e as obras e os artistas nacionais.

A II Bienal de Arte da Bahia, de 1968, foi fechada um dia depois da abertura. Após um mês, reabriu com dez obras a menos, pois haviam sido consideradas subversivas ao regime. Desde então, as Bienais Nacionais de Artes Plásticas da Bahia ou Bienais de Arte da Bahia, como também é conhecida, não ocorreram mais. A recordação mais recente foi em 2008, quando a Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (Ufba) realizou um encontro a fim de relembrar o movimento das artes na Bahia e no Brasil.