Um seminário realizado nesta sexta-feira (19), no auditório da Faculdade de Medicina da Ufba, no Terreiro de Jesus, em Salvador, marcou os dez anos de criação da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade (Seppir), do governo federal. O evento contou com a presença da ministra da Seppir, Luiza Bairros, do secretário estadual de Promoção da Igualdade, Elias Sampaio, além de lideranças e militantes do movimento negro.

O evento promoveu debate sobre o racismo no Brasil e teve como primeira palestrante a filósofa Marilena Chauí, que falou sobre os mitos que encobrem o racismo e a violência no Brasil. “Costumam dizer que a criação de cotas é racismo invertido. Ao contrário, essa afirmação é que é uma forma de inverter o sentido das coisas para preservar uma situação de exclusão, de racismo efetivo que existe”.

Além de Salvador, o seminário temático Democracia e Desenvolvimento – Por um Brasil Sem Racismo já foi realizado em Brasília (DF). Depois da capital baiana, o evento segue para Porto Alegre (RS), São Paulo (SP), Recife (PE) e Belém (PA).

Para Luiza Bairros, nos últimos anos, o Brasil experimentou uma ampliação da participação dos negros, principalmente em termos de inclusão na educação e mercado do trabalho, mas ainda há a necessidade de incluir esse debate nas questões do desenvolvimento e democracia. “A Seppir, enquanto instituição, tem como papel mobilizar o governo, tanto federal como estadual, para que nas políticas públicas os direitos e interesses das comunidades negras sejam considerados”.

Já o secretário de Promoção da Igualdade, Elias Sampaio, destacou o trabalho feito desde que, há seis anos, foi criada a Sepromi. “São seis anos atuando na busca do fortalecimento de políticas públicas que permitam o desenvolvimento das comunidades negras e o fim do racismo. Conseguimos muitos avanços, mas a luta de promoção da igualdade enfrenta um problema de dimensão imensa, e, por mais que tenhamos progredido, esses avanços ainda são insuficientes. Por isso precisamos continuar lutando”.