Estudante e professora de colégio estadual recebem placa de homenagem do MEC

Entre 33 concorrentes de todo o país, o estudante baiano Samuel Brito Fernandes, 16 anos, do Colégio Estadual de Malhada de Pedras, no município de Malhada de Pedras, no sudoeste baiano, foi o finalista na categoria Artigo de Opinião, da Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro 2012, realizada pelo Ministério da Educação (MEC).

O aluno venceu com o texto ‘Vida ou Morte de um Rio: o futuro em nossas mãos’, produzido sob a orientação da professora de português/literatura, Célia Farias Aguiar. Os dois também foram premiados com medalhas, no final do ano passado, em Brasília.

“Quando recebi a notícia de que tinha sido finalista, fiquei muito feliz e considerei uma bênção, pois sou de uma família de baixa renda e, portanto, de poucos recursos. Pela primeira vez, concorri em uma olimpíada e, no começo, não acreditava que fosse ser premiado. Aos poucos, fui ganhando confiança e cheguei a sonhar que poderia ser um dos vencedores”, diz Fernandes, que cursa o 3º ano do ensino médio.

Na unidade escolar estão matriculados 390 estudantes, sendo que 70% deles são oriundos da zona rural. O texto, publicado em coletânea do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), conta a trajetória do rio de sua infância.

“Eu costumava visitar minha avó materna, na Fazenda Mucambo, no município de Malhada de Pedras, e lá passava o rio do Antônio. Tenho muitas lembranças desse tempo, quando gostava de me banhar nesse rio. De uns tempos para cá, ele ficou seco e aí tive vontade de escrever sobre a necessidade de chamar a atenção das pessoas sobre um assunto que tem a ver com nosso futuro: a preservação da natureza”, explica o aluno.

Orgulho

A diretora do colégio, Núbia Gonçalves, afirma que o momento é de puro orgulho. “Samuel é muito estudioso, excelente aluno, comprometido com os estudos e carismático. Conseguiu conquistar a todos nós”. Segundo ela, os estudantes do colégio Malhada de Pedras são reflexos de uma gestão voltada para a valorização do ensino e do estudante.

A professora Célia Farias Aguiar, por sua vez, conta que seu primeiro sentimento foi de orgulho pelo aluno. “Ele vem todos os dias da zona rural, onde mora, mas não mede esforços de buscar o aprendizado. Essa vitória dele, que é nossa também, mostra que, apesar das dificuldades, é possível fazer uma educação de qualidade”.

A diretora informa que a escola já se destacou em outra olimpíada de educação. “A professora Célia Farias teve um estudante orientado, que foi semifinalista em 2010”. Além disso, alunos do colégio concluintes do 3º ano “já foram direto para a universidades, como a Federal [Ufba] e a estadual do Suoeste [Uesb], sem precisar de cursinhos de pré-vestibular. Temos um quadro de docentes excepcional, entusiasmado e comprometido, alguns com especialidades e mestrado”.