A definição e contratação das empresas que farão os estudos da Baía de Todos-os-Santos para a construção da ponte Salvador – Itaparica, projeto integrante de um plano de desenvolvimento que engloba a Região Metropolitana de Salvador (RMS), Recôncavo e Baixo Sul, deve acontecer até o mês de julho. No momento estão em tramitação os processos licitatórios para a escolha das empresas responsáveis pela sondagem, elaboração do projeto básico de engenharia e pelos estudos de impacto ambiental e os planos urbanísticos.

Essas serão as próximas etapas do projeto do qual faz parte a ponte. A exposição do momento atual do projeto e o seu escopo global foram apresentados nesta terça-feira (28) pelo secretário do Planejamento da Bahia, José Sergio Gabrielli, ao participar da abertura do ciclo de debates promovido pela Associação Baiana de Imprensa (ABI), em Salvador.

O presidente da entidade, Walter Pinheiro, destacou a proposta da ABI de promover discussões sobre projetos de interesse para o desenvolvimento do estado. “É um fórum de debates aberto à sociedade. E a ponte é um projeto relevante, pois tem aspectos econômicos, ambientais e de mobilidade”.

Gabrielli traçou um paralelo entre o projeto de desenvolvimento para o Estado atual e aquele gestado pelo economista Rômulo Almeida, na década de 50. Considerado como o precursor do planejamento econômico da Bahia, Almeida traçou um modelo de desenvolvimento com a construção de um polo de indústrias de bens intermediários ao norte da Baía de Todos-os-Santos, o qual seria integrado a um polo Feira de Santana, onde haveria um predomínio da agricultura e da indústria de laticínios. Esse projeto criou necessidades logísticas, o que levou à duplicação da BR 324.

O plano elaborado por Rômulo Almeida, o Plandeb, foi enviado para a Assembleia Legislativa da Bahia, em 1959. Porém, devido a uma manobra do então governador Juracy Magalhães, não foi aprovado. Apesar disso, observou Gabrielli, a construção do anel rodoviário é resultado dessa concepção, integrando municípios com Simões Filho, Camaçari, Catu, Pojuca, Candeias e São Sebastião do Passé.

Da mesma forma, explicou o secretário, a ponte busca ser um canal de integração para fomentar o desenvolvimento do baixo sul do estado, região onde estão concentrados os piores índices de desenvolvimento humano. “A ponte pretende reforçar e mudar o fluxo de movimentação em relação do sul, dando um novo dinamismo econômico”, disse Gabrielli.