Canjica, bolo de aipim, licor e outras comidas e bebidas típicas das festas juninas, além de muito forró e diversão para todas as idades. Durante dez dias, entre 20 e 30 de junho, o São João no Pelô está transformando ruas e praças do centro antigo em um grande arraiá, com 300 mil visitantes. A Praça Tereza Batista e os largos do Pelourinho e Pedro Archanjo receberam decoração e palcos. Na Praça do Cruzeiro, o espaço sala de reboco foi especialmente montado para quem gosta de dançar o legítimo forró pé de serra. Na Praça das Artes, atrações voltadas para o público infantil animaram centenas de famílias de baianos e turistas.

O empresário mineiro Rodrigo Jaques, que mora em Salvador, levou a família inteira para a Praça das Artes. “Minha sogra chegou hoje de Belo Horizonte para passar férias e a gente trouxe ela para cá, para conhecer o São João. Aqui é um lugar mais família, bem seguro”. Com dois anos, Igor, filho de Rodrigo, gostou da festa. “Tem boneco e brincadeira”, dizia o menino quando conseguia parar de pular.

Somente para o palco principal, montado no Terreiro de Jesus, foram programadas 53 horas de shows com artistas de destaque da cultura nordestina, como Alceu Valença e Adelmário Coelho. Nesta segunda-feira (24), dia de São João, a atração mais esperada foi o cantor Gilberto Gil.

“É uma festa de muita tradição no Brasil, apesar das transformações naturais por que vai passando, o núcleo duro do São João continua muito forte, a música, a dança, a indumentária, as comidas típicas, os folguedos, as quadrilhas, tudo isso continua muito forte no Brasil inteiro”, destacou Gil.

Concurso de quadrilha

Outra atração que encantou o público foi o 6º Campeonato de Quadrilhas do São João do Estado da Bahia, onde foram apresentados diversos elementos da cultura nordestina, como a história de Lampião e Maria Bonita. Participaram do concurso 32 quadrilhas da capital e do interior, que disputaram um troféu e um prêmio de R$ 10 mil.

Para quem dançou e para quem assistiu a competição, o que importa mesmo é a alegria. “É emocionante, é um momento mágico, só quem dança pode descrever este momento”, disse Edilene Alves, da Quadrilha Junina Asa Branca, de Salvador. A manicure Jussara Queiroz expressou o que sente o público: “estou achando ótimo, muito bonito, Salvador não está perdendo para interior nenhum. Muita sofisticação nas danças, nas fantasias, quem quiser assistir ainda dá tempo”. De 28 a 30 de junho, as quadrilhas mais pontuadas se apresentarão novamente.

Organização e geração de emprego e renda

O São João da Bahia é a maior festa regional do Brasil. A organização dos 10 dias de shows e apresentações culturais é mais uma demonstração de que o estado está preparada para sediar eventos de grande porte. “A gente tem no Pelourinho um efetivo de 400 homens que foram capacitados nos últimos três anos para o policiamento turístico, portanto já têm um know-how, por ser o Pelourinho um local de grade fluxo de visitantes. Quem sabe trabalhar com turistas, atende a qualquer público, disse o subcomandante do 18º Batalhão da Polícia Militar, major Marco José.

“Este foi a mais organizada, com mais público e também a mais extensa festa de São João que já foi feito na Bahia. Vamos chegar a 300 mil pessoas nestes dez dias de eventos”, avaliou o secretário do Turismo, Domingos Leonelli. Segundo ele, foram investidos mais de R$ 1 milhão na estrutura física e atração, além de cerca de R$ 200 mil em apoio às quadrilhas. “É um investimento que vale a pena, pois retorna em ocupação hoteleira e em emprego e renda”.

Uma das pessoas que aproveitaram a oportunidade para reforçar a renda foi a técnica de enfermagem Jucélia Santos, moradora de Mata de São João e que tem uma barraca de comidas típicas montada na Praça da Sé. “Faço bolos, doces, canjica. O movimento está maravilhoso, tem muita gente. Depois que eu pagar todo o investimento que fiz, deve me sobrar uns R$ 3 mil no final da festa”.