Cerca de 200 integrantes de grupos, associações e cooperativas, participam até este sábado (27), em Salvador, da Feira Estadual de Agricultura Familiar e Economia Feminista Solidária. Montada na Praça Municipal, no Centro Histórico, a primeira edição do evento realizado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), reúne produtos de artesanato, comidas e bebidas. Além da comercialização das mercadorias, a programação inclui manifestações culturais, debates e oficinas de qualificação profissional.

A participação de representantes dos 27 territórios de identidade do estado proporciona às expositoras uma oportunidade de trocar experiências com outras trabalhadoras. “Nesse intercâmbio, elas tem condições de fazer uma troca de experiências acumuladas por cada um desses grupos nos seus territórios, contribuindo na agregação de valor e comercialização”, afirma a coordenadora de Autonomia da SPM, Ana Maria Batista.

Outra oportunidade criada pelo evento é a divulgação dos produtos e materiais em um dos principais pontos turísticos da capital baiana. Moradora de um assentamento rural no município de Camamu, no Baixo Sul, a agricultora Maria Andrelice dos Santos, declara: “esse evento traz muita coisa para nossa comunidade e valoriza mais nossos produtos”.

Projeto Margaridas

Resultado de um convênio entre MDA e SPM, o Projeto Margaridas contempla a realização de eventos como a feira, além de um conjunto de ações de apoio a grupos produtivos de mulheres rurais em comunidades como quilombolas, marisqueiras, indígenas, pescadoras, entre outras. As trabalhadoras recebem incentivo à organização em associações e cooperativas, capacitação profissional e orientação para a obtenção de crédito e acesso ao mercado.

O estímulo ao protagonismo feminino conta ainda com ações de cidadania como o enfrentamento à violência contra a mulher. Por meio dos mutirões do Programa Nacional de Documentação da Trabalhadora Rural, foram emitidos 74 mil documentos, permitindo que mulheres de áreas rurais da Bahia tivessem acesso a programas sociais e políticas públicas.

A artesã Sandra Silva faz parte de um grupo de dez mulheres do município de Baixa Grande, no território Bacia do Jacuípe, que se organizaram para produzir rendas e bordados há sete anos. Antes, cada uma trabalhava individualmente e tinha dificuldades em vender as mercadorias. Hoje, o Grupo Belas Artes consegue agregar valor ao produto e aumentar a renda das trabalhadoras. “Nós não tínhamos esta visão e hoje, quando vimos para feiras como essa, aprendemos coisas diferentes e buscamos realizar onde moramos”.