Com cinco gols do mesmo jogador, Pablo Souza, 16 anos, o time Atlântico, de Salvador, venceu os donos da casa, a seleção de Lauro de Freitas, durante a abertura da Copa 2 de Julho de Futebol Sub-17, nesta segunda-feira (1º), no Estádio Municipal Gerino de Souza Filho. O torneio reúne, até o dia 13 deste mês, 35 equipes de vários estados, inclusive a seleção brasileira na categoria, que no segundo jogo do dia venceu a Associação de Bancários da Bahia (ABB) por 6 x 0.

“Sempre foi meu sonho disputar uma copa destas. A gente tenta fazer o melhor para ter uma oportunidade nos grandes clubes. Não tive dó de marcar os cinco gols, porque é para isto que treino duro todos os dias, sem descanso”, afirmou Pablo. O garoto teve razão para se esforçar. O técnico da seleção brasileira sub-17, Caio Zanardi, era um dos ‘olheiros’ que estavam assistindo a partida. 

Para Zanardi, a competição tem esta característica positiva. “É muito importante os meninos desta idade em atividade, pois podem ser vistos por quem está caçando talentos”. Outro ponto positivo da competição é a presença da seleção brasileira sub-17. “Precisamos estar participando sempre de uma competição. Nesta copa, a única que participamos no Brasil, nós jogamos pelo menos quatro jogos em cinco dias, o que representa mais experiência para os meninos”.

Histórico

O Internacional foi o campeão das duas primeiras edições, em 2007 e 2008, a seleção brasileira venceu em 2009 e 2010, o São Paulo conquistou o campeonato na edição de 2011 e o Vitória é o atual campeão. As equipes competidoras foram divididas em seis grupos.

Dois times de cada chave e os quatro melhores terceiros colocados se classificarão para as oitavas de final. Os jogos serão disputados em 14 municípios – Lauro de Freitas, Dias D’Ávila, Nazaré, Santo Antônio de Jesus, São Francisco do Conde, Cachoeira, Camaçari, Catu, Salinas das Margaridas e Cruz das Almas.

Inclusão social é uma das metas do campeonato

A competição, uma das maiores da categoria no país, é realizada pelo Governo do Estado, por meio da Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb), com o apoio da Federação Baiana de Futebol (FBF) e dos municípios participantes. Uma das metas é promover a inclusão social, por meio do esporte, com a geração de talento e do primeiro emprego para muitos garotos, além de proporcionar à população baiana a oportunidade de acompanhar partidas de alto nível técnico.

O superintendente da Sudesb, Raimundo Nonato, o Bobô, disse que muitos atletas participantes das edições passadas da Copa 2 de Julho hoje jogam até em clubes de fora do país. “O que nós esperávamos está acontecendo, mudar a vida destes garotos, que podem ser aproveitados em grandes clubes que estão aqui. O treinador da seleção sub-17 está assistindo ao primeiro jogo, entre Lauro de Freitas e Atlântico, e viu este garoto fazer os cinco gols da partida. Isto é muito importante para a carreira dele”, afirmou Bobô.

Evento gratuito promove a geração de emprego e renda

Como a entrada para as partidas da Copa 2 de Julho é gratuita, a torcida sempre comparece para fazer a festa durante os jogos. O motorista de ônibus Carlos Alberto dos Santos levou a mulher e dois filhos pequenos ao Estádio de Lauro de Freitas. “É muito bom. A gente já começa a criar um vínculo dos filhos com o esporte e tem também uma relação melhor com a família, um passeio juntos”.

Nem tudo é apenas lazer nas arquibancadas, muita gente aproveita para reforçar o orçamento doméstico. Vendedor credenciado de pipoca, balas e outros produtos, Evandro de Santana disse que se diverte assistindo os jogos, mas vai ao estádio mesmo é para vender. “Todos os anos trabalho nas partidas da copa. Dá para faturar uns R$ 600 livres no final do torneio e melhorar a renda da família”.